Igrejas Cristãs de Deus

 [013]

 

 

 

O Sinal de Jonas e a Historia da Reconstrução doTemplo [013]

 

(Edição1.2 19940402-19980822)

 

 

Um dos conceitos que mais mal se interpreta é o Sinal de Jonas. Este seria o único sinal do ministério do Messias. O Sinal relaciona-se com a reconstrução do Templo e com as setentas semanas dos anos. O Sinal estende-se e tem importância até aos nossos dias. A profecia está todavia em plena marcha e terminará num futuro muito próximo. Entender o momento correcto da reconstrução do templo é vital. Este artigo relaciona entre si os evangelhos e a missão de Cristo com o s livros de Jonas, Daniel, Neemias, Ageu, e outros.

 

 

 

 

 

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O Sinal de Jonas e a Historia da Reconstrução do Templo [013]

 

 


A Reconstrução do Templo

Existem 3 versões relacionadas com a reconstrução do Templo: a primeira é a da Bíblia, a segunda a dos livros Apócrifos em 1ª de Esdras, e a terceira escrita por Josefo em The Antiquiites of the Jews (Antiguidades do Povo Judeu), no Livro XI, Capítulos I a IV.

 

 

Todos estão de acordo em que Ciro deu os utensílios do Templo ao Príncipe Sesbasar (Esdras 1:8), o Governador da Judeia (Esdras 5:15., ou 1ª Esdras) para guarda-los num lugar seguro até que se efectua a construção do Templo, e depois os exilados os levaram de regresso. (Exceptuando Josefo, na obra The Antiquities of the Jews, Li XI, Cap. III, ver anotação no Reino dos Magos). Zorobabel está registado como Governador posteriormente, durante o reinado de Dário (no momento de fazer as fundações) e a lenda Apócrifa dos três guardiães também se pode encontrar em Josefo, que também localiza neste reinado (Zorobabel poderia ter regressado com outros no tempo de Dário I, mas seria uma especulação).

 

 

O altar do Senhor foi construído no sétimo mês do primeiro ano de seu regresso. A maioria dos desterrados reparou as suas cidades de origem e não a Jerusalém (se é que nem todos os exilados de acordo com a profecia) (Esdras 3:1-3). As fundações do Templo ainda não tinham sido feitas (v.6). O trabalho começou no segundo ano com o lançar das fundações. (v.10). A partir desse momento em diante, os judeus foram frustrados nos eus intentos pelos outros habitantes da área, os Samaritanos dos últimos dias, que não eram israelitas, mas procedentes de Cuta e dos medos, que se restabeleceram em Israel, logo que as dez tribos foram retiradas do lugar como medida deliberada tomada por Esar-Hadom, Rei da Assíria. Josefo diz que foram transplantados de Cuta e Média por Salmaneser, Rei da Assíria. A política de restabelecimento deliberado foi uma característica de todos os imperadores ao redor do Tigre-Eufrates e afectaram a países tão distantes como a Etiópia e Líbia, que foram retirados para tão longe como até á orbita do rio Indo. Israel foi instalado ao norte de Araxes. Um remanescente do povo de Israel em anos posteriores instalara-se em casebres ao longo do Eufrates e encontravam-se no meio de Judá, originando a afirmação de que Israel está espalhado por toda a Judá. Esta mentira tem sido apoiada por alguns dos rabinos mais eminentes do ocidente.

 

 

Os Cutos e Medos ou Samaritanos dos últimos dias adoptaram a religião judia e em anos posteriores, fundaram uma cidade, Siquem no Monte Gerizim, no qual foi também povoado por judeus apóstatas, por exemplo aqueles que temiam ser julgados por haver quebrado a lei em relação ao Sábado, e às carnes, etc., (Josefo, The Antiquities of the Jews, Li XI, VII-2 & VIII:6-7 & Esdras 4:2).

 

 

A seguinte tabela descreve a sequência de acontecimentos segundo a Bíblia, usando datas aceitáveis actualmente, ainda que Josefo as possa diferir consideravelmente.


 

DATA

ACONTECIMENTO

539 a.C.

Conquista da Babilónia por Ciro e Dário, o medo, filho de Astiages (Chamado Xerxes por Daniel), tio de Ciro e primeiro regente, governando desde a Babilónia e Meda, para onde foi que levou Daniel (Josefo Antiq. Of the Jews, Li X, Ca. XI:4).

 

538/7 a.C.

 Edito de Ciro. O Regresso dos exilados (data incerta). Eles regressaram às aldeias de Israel, mas não a Jerusalém.

 

???

Sesbasar faz as fundações no Templo (Esdras 5:16). As fundações podem ter sido feitas novamente por Zorobabel quando começou a construção logo depois de ter construído o altar (Esdras 3:2). È provável que Sesbasar é o Senazar de 1ª Cronicas 3:17-19., filho de Salatiel e irmão de Pedaías, pai de Zorobabel. È provável que Zorobabel sucede-se a Sesbasar como Governador enquanto ainda era jovem. Mateus 1:12 regista Zorobabel como filho de Salatiel, indicando que Pedaías poderia ter sido morto jovem e que Senasar ou Sesbasar sucedeu a Salatiel como Príncipe regente de Judá e foi por seu turno sucedido por Zorobabel, já quando tinha a idade suficiente ou na morte de seu tio.

 

530-522 a.C.

Reinado de Cambisses. Reinou por um ano junto com Ciro, seu pai. Josefo faz referência a uma carta que se reclama a este rei, mas não se encontra nenhum registo de isto na Bíblia. Tentou-se relacionar isto com a carta de Assuero, mas este é a versão persa de Xerxes e encontra-se também na versão de Moffatt, a NIV e outras. Heródoto escreve que este rei era louco.

 

521 a.C.

Dário I (O Grande). Construiu-se um pouco do Templo (Esdras 4:4-5).

 

516 a.C.

A profecia dos Setentas anos termina (Jeremias 25:8-14 e Daniel 9). Jerusalém não pode ser habitada até esta data.

 

486 a.C.

Xerxes I (Assuero), quarto filho de Dário I, primeiro neto de Ciro. Escrevesse-lhe uma carta, mas não tem-se nenhum registo de qualquer resposta (Esdras 4:6)

 

 465 a.C.

Artaxerxes I (nome verdadeiro de Ciro, também chamado Macrocheir o Longanimo). Bislam, Mitrídates e Tabeel (Esdras 4:7) escreveram uma carta. Eles eram os líderes do grupo oposto ao da restauração judia durante o reinado deste rei. (Estes são diferentes lideres aos mencionados por Neemias, reforçando ainda mais o ponto de que diferentes reis estão envolvidos). Artaxerxes emitiu um comunicado ordenando que a construção do Templo seja detida (Esdras 4:7-24). A invasão ateniense do Egipto com a Liga de Delos havia proporcionado as drásticas medidas de controlo que se adoptaram. 

 

 A revolta submeteu-se em 454 a.C. no Egipto e em outras partes do Império. Obviamente não se desejava que Jerusalém fosse fortalecida. A guerra grega durou desde o incêndio de Sardes no ano de 501 a.C. até ao ano dezassete de Artaxerxes em 448 a.C.

 

424 a.C.

Xerxes II (sem registo na Bíblia). Assassinado no ano de 424 logo 45 dias depois por Sogdiano, seu irmão ilegítimo, quem reinou por seis meses e meio. Ele foi assassinado por outro irmão ilegítimo, Ochus, que mudou o nome para Dário II ao fim do ano 424 a.C. e começos de 423 a.C.

 

423 a.C.

Dário II. Emitiu um decreto para começar a construção em 422 a.C.  (Esdras 6:1 e 4:24) (é dizer no seu segundo ano). Aqui começam as 70 Semanas dos anos. Em Esdras 5 aparece o que Ageu e Zacarias profetizaram em 423 a.C. e 422 a.C. As 70 semanas de anos começam em 423/422 a.C.  (ou seja o primeiro ano de um novo período de Jubileu). A construção completou-se no sexto ano de Dário, o Persa (Esdras 6:15) no dia 3 de Adar, que é em Março de 418 a.C. Dário morre em fins do período 405 para a primavera de 404.

 

404 a.C.

Artaxerxes II (Mnemón) enfrenta a rebelião egípcia na sua ascensão ao poder na Primavera ou Nisan do ano 404 a.C.

 

402 a.C.

Artaxerxes perde o Egipto

 

401 a.C.

Guerra civil na Pérsia. Os gregos derrotados na Batalha de Cunaxa retiram-se até às Costas do Mar Negro.

 

398 a.C.

Decreto de aprovisionamento emitido para o regresso de Esdras no sétimo ano, provavelmente premiando a lealdade judia. (Esdras 7:1-26).

 

387 a.C.

Artaxerxes vence os espartanos e detém a sua intromissão. A paz de este rei faz com que a Pérsia reocupe Ionia.

 

385 a.C.

Neemias é nomeado Governador da Judeia de 385 a 372 a.C. quando a cidade e as muralhas foram reconstruídas (Neemias 5:14). Eliasib é Sumo-sacerdote (Neemias 3:1). Este foi a segunda carta ou decreto de Artaxerxes. Foi para a reconstrução das entradas, das fortalezas do Templo e para as muralhas da cidade (o Templo já havia sido construído – Neemias 6:10-11). A cidade podia ter sido danificada pela guerra civil donde os babilónios e os judeus israelitas obviamente apoiaram ao rei.

 

375/4 a.C.

 Aqui completa-se a profecia de Daniel 9:25 do primeiro Ungido das sete semanas de anos, é dizer de 49 anos a partir de 423/2 a.C.  – 375/4 a.C.

 

374/3 a.C.

Começa o ano de Jubileu em 374 a.C. ou o ano 32º de Artaxerxes II. Não está claro se a restauração das terras feita por Neemias foi uma restauração de Jubileu. Parece que isso foi o caso e que portanto foi o ultimo Jubileu conhecido que se observou.

 

374/3 a.C.

Aos 32 anos de Atarxerxes. Neemias regressa a Jerusalém procedente da Babilónia e encontra o Templo em desordem sob autoridade de Eliasib e Tobias (Neemias 13:6). Neemias restaura o Templo e aprovisiona-o de Levitas e cantores que regressam ao Templo. (Neemias 13:10-11). Restabelece o dízimo e limpa os Sábados (Neemias 13:12-19).

 

323 a.C.

Esdras morre no mesmo ano que Alexandre Magno (Seder Olam Rabbah 30).

 

62/63 d.C.

Termina as 62 semanas de anos e a eliminação real do dízimo e a redução do alto sacerdócio na criminalidade com a execução de Tiago, Bispo de Jerusalém no ano de 62 d.C.

 

70 d.C.

Fim das 70 semanas de anos e a destruição do Templo.

 

 


 

Josefo coloca Zorobabel a regressar imediatamente depois do decreto de Ciro. A carta de Assuero é a carta para Cambisses, e a construção completa-se no reinado de Dário I com o regresso de Esdras e Neemias a esse reinado e também com os profetas Ageu e Zacarias profetizando no segundo ano desse reinado. A construção de acordo com Josefo teria terminado em 516 a.C. O período 519-516 a.C. foi a data mais próxima que se permitiu para a profecia das 70 semanas de anos feita por Jeremias e repetida por Daniel, donde se coloca o tempo no qual Jerusalém seria desolada. A sequência de tempo é demasiado conveniente e, havendo-se desenrolado os actos mais próximos que a profecia poderia permitir, não havia necessidade para as missões de Ageu e em menor proporção, a de Zacarias para ordenar-lhes que continuassem o trabalho (Ageu 1:2-15). Esdras 4:23 e 5:1-2 diz que Ageu e Zacarias, foram designados logo após o decreto de Artaxerxes que obrigou a cessação da construção. (ver Também em 1ªEsdras 7:5).

 

Josefo identifica também a emissão de um decreto de aprovisionamento para o regresso de Esdras com Xerxes e o esposo de Ester como Artaxerxes I. O problema é que Assuero [ou Ahasaero] é o nome em persa de Xerxes. Artaxerxes I, segundo Heródoto era chamado Ciro, foi chamado Artaxerxes pelos gregos (ver também Josefo, Antiq. Of the Jews, Li XI, Ca. VI.1).

 

Outra informação que é esclarecedora é que houve seis gerações de Levitas implicadas desde o regresso de Zorobabel e o início, até à finalização do reinado de Dário o persa (Neemias 12:1-22). A vida de Zorobabel foi prolongada pelo Senhor para que pudesse supervisionar a culminação da obra (Zacarias 4:9) e, depois com a mensagem de Ageu e Zacarias, levantou e completou o Templo com Jesúa, filho de Josadac.

 

A partir da chegada da chegada de Jesúa com Zorobabel até ao reinado de Dário o persa, está escrito em Neemias 12:10-11 que Jesúa teve um filho, Joiaquim, um neto Elisiab, um bisneto Joiada, um trisneto Jonatã, e um quatrisneto, Jadua.

 

Em Neemias 12:22, vemos que Jonatã não sucedeu a Joiada como sacerdote chefe mas assim fez o irmão de Joiada, Joanã. Jonatã tinha-se casado com Sanbalat, a filha do Heronita e foi retirada por Neemias (Neem.13:28). No entanto, é concludente que lhe nasceram cinco gerações a Jesuá antes do reinado de Dário o persa, que é o rei que emitiu o decreto para a construção do Templo, e que em cujo reinado foi terminado. Apesar do facto de Jesuá ter uma quantidade de filhos que foram com ele no momento das fundações do Templo, logo no segundo ano (Esdras 3:9), é improvável que o Dário da construção possa ter sido Dário I, pois este reinou de 521-466 a.C., uns 16 anos depois do regresso. Portanto, deve ter sido Dario II., de 423-404 a.C., como 114 anos depois do regresso. Dando 20 anos por geração e permitindo a Jadua que se tenha tornado sacerdote antes que este rei, Zorobabel tinha aproximadamente 120 anos e Jesuá teria, por conseguinte, aproximadamente 140 anos no momento da construção e morreram pouco depois. O uso do termo “se levantaram” em Esdras 5:2 sugere que Zorobabel e Jesuá eram de idade avançada e retirados dos trabalhos fortes como Zacarias 4:9 também o indica. Neemias 12:26 mostra que Joiaquim era o sacerdote chefe depois de Jesuá mas implica que sua morte sucedeu muito antes do regresso de Neemias e Esdras. Elisiab era o maior dos sumos-sacerdotes que permaneceram vivos ao regresso de Neemias (Neem.3:1). Joanã parece que havia exercido o sumo sacerdócio no regresso de Esdras (Esdras 10:6). O sacerdócio renunciava ao dever sacrificatório por cerca de 50 anos. Neemias também certifica a Jadua na lista dos sumos-sacerdotes até ao governo de Dário o Persa. O Templo portanto, não pode ter sido construído antes de 417 a.C.

 

Também se deveria notar que Iddo regressou com Zorababel. Durante o sumo sacerdócio de Joaiquim, também haviam passado duas gerações de sacerdócio, por isso vemos que Zacarias foi nomeado entre os Levitas, a partir da época de Iddo. De facto, era neto de Iddo, e filho de Berequias e ele foi um profeta no segundo ano de Dário. Quando Zacarias fala do prumo de pedreiro nas mãos de Zorobabel e do sumo sacerdote Jesúa, é iniciado como uma maravilha e um sinal de Deus, é que não foi somente Zorababel ter construído os fundamentos mas que ainda podia segurar a corda no momento da sua conclusão. Sabe-se por Neemias 12 que Zacarias era sacerdote sob Joiaquim. Portanto a premissa da actividade sobre a idade avançada parece prevalecer.

 

A profecia de Zacarias relata o significado da construção do templo e das setenta semanas de anos desde o reinado de Dário II no segundo ano, seu desenvolvimento, culminação e restauração.

 

Evidências Fora da Bíblia

A corroboração mais evidente da narrativa bíblica provém das Cartas aramaicas, traduzidas por H.L. Ginsberg e publicadas em The Ancient Near East: Na Antology of Texts and Pictures (O Antigo Médio Oriente, Uma Analogia de textos e ilustrações) (Ed. James B. Pritchard, Princeton, 1958, p. 278-282), que eram cartas de e para judeus da Fortaleza de Elefantina. Esta fortaleza tinha sido povoada por judeus e outras pessoas semitas não judias, desde os dias do reinado egípcio anterior à da invasão pelos medos persas.

 

Um Templo impressionante tinha sido erguido aí, e já estava construído quando Cambisses invadiu o Egipto.

 

Como dissemos anteriormente, durante o reinado de Ciro Mcrocheir ou Artaxerxes I, a invasão ateniense do Egipto foi bloqueada no ano de 454 a.C. e o Satrapa que permaneceu no cargo foi um medo persa chamado Arsames que reinou como Satrapa desde 455/4 a.C. até pelo menos 407 a.C.

 

Durante pelo menos algum tempo dessa época, o líder dos judeus da guarnição era um judeu chamado Yedoniah. No quinto ano de Dário II, que é dizer 420/419 a.C., Hananias um escriba judeu de Arsames escreveu a Yedoniah que estava em Elefantina, informando que Dário havia enviado a sua palavra a Arsames autorizando o festival dos Pães sem Levedura para a guarnição judia, também dando-lhes detalhes sobre o calculo dos dias de festa começando no 14 de Nisan como se segue:

 

Então contaram a partir do dia cat[orze do mês de Nisan e] obs[ervaram a Páscoa1], a partir do dia 15º ao 21º dia de [Nisan observaram o festival dos pães sem levedura]. Estão (segundo os ritos) puros e estão alertas. [N]o trabalhem [ no dia 15º ao 21º, e tão pouco bebam [cerveja2, tão pouco comam] nada [que] conte[nha]levedura [a partir do dia 14º em diante] até ao pôr do sol do dia 21º de Nis{an por sete dias não deve estar entre vocês. Não o l[evem] para as suas moradas a não ser que o selem até esses dia[s. Por ordem do Rei Dário. Para] meu irmão Yedoniah e à guarnição judia, do seu irmão Hananí[as].

 

Nota 1psh em duas ostracas (fragmentos de vasos) de Elefantina

 

Nota 2 - A instrução incluindo cerveja  é uma construção baseada na tradição judia.

                      

Esta celebração por ordem de Dário é no quinto ano do seu reinado para todo o povo judeu incluindo os de Elefantina é para a celebração da Páscoa que se menciona em Esdras 6:13-22. Esta celebração teve lugar na dedicação do Templo que segundo as cartas de Elefantina tinha ocorrido no ano de 419/8 A.C.

 

O quinto ano de Dário II, foi o ano anterior ao da terminação do Templo e é curioso que 123 homens e mulheres da guarnição judia de Elefantina no terceiro de Fanenot (um mês do calendário egípcio) no ano 5 tomaram uma colecção de dois siclos por pessoa, totalizando 12 Karash e 6 siclos (a 20 siclos por Karash, isto é 246 siclos). Esta colecção foi dedicada a Deus, Yaho (Yah[o]weh). È curioso que os membros não judeus da guarnição parece que doaram também até à quantidade de 7 Karash por Ishumbetel, a divindade aramaica masculina e 12 Karash por Anatbetel, a divindade feminina que era sinonima com Anat, esposa de Baal.

 

Este imposto do quinto ano era o equivalente a uma imposição especial e foi provavelmente para a decoração do Templo em Jerusalém. Se as outras contribuições foram para outras áreas do Levante para templos pagãos ou foram contribuições para a construção do Templo por parte dos cultos aramaicos, só o poderíamos saber adivinhando. No entanto isto pode ser uma indicação do bom agrado na qual o povo se tinha misturado com o povo Gentil, como sabemos que se passou segundo Esdras 9:1-4 e seguiu até Neemias.

 

O que se sabe é que no dia 20 de Marheshwan no ano 17º do Rei Dário, é dizer 408 a.C. enviou-se uma carta a Jerusalém para Bagoas, Governador de Judá, detalhando a sequência de eventos relacionados ao regresso de Arsames que havia regressado da Mesopotâmia de onde o rei estava. Depois de que Arsames tinha regressado de Dário, os sacerdotes do deus Khnub, na fortaleza de Elefantina, conspiraram com o comandante-chefe, Vidaranag, para destruir o Templo de Yaho em Elefantina. Seu filho Nefayan, quem estava no comando da fortaleza em Sevene foi chamado e ordenou-se-lhe que se destruí o Templo de Elefantina “na Fortaleza de Yeb”.

 

Ele, junto com os egípcios e outras tropas, entraram e arrasaram o Templo destruindo-o e arrasaram os pilares de pedra e as cinco grandes entradas deixando só as portas de pé. Eles levaram os vasos de ouro e prata e todos os outros utensílios.

 

A carta revela que este Templo foi o único que permaneceu em pé depois da invasão de Cambisses. Vidaranag foi morto depois e comido por cães.

 

A carta também mostra que quando ocorreu o desastre, se enviou uma carta ao sumo-sacerdote em Jerusalém, chamado Joanã; então agora sabemos que o sumo-sacerdote no ano de 410 a.C. era Joanã. Isto estabelece, sem duvida, que Dário o Persa ao qual se refere Neemias 12:22 era Dário II.

 

Também por carta se sabe que eles escreveram a Ostanes, o irmão de Anani, e aos nobres judeus. Estes senhores não responderam (“Nunca nos foi enviado nenhuma carta a nós”). Os judeus em Elefantina trajaram compostos de tecido de saco e jejuaram no Tammuz do 14º ano de Dário, que é dizer 411 a.C., até à data da carta, ou seja em 408 a.C.

 

Eles solicitaram ajuda para reconstruir o seu templo de uma maneira muito comovedora e para além do mais informaram o Governador que também tinham escrito para Delaía e Selemias, os filhos de Sanbalat, Governador da Samaria. Ao que parece queriam que intercedessem por eles junto do Governador. Este Sanbalat era o horonita mencionado em Neemias 2:10 e sua filha tinha-se casado com o filho de Joiada, filho de Eliasib, o sumo-sacerdote.

 

Isto tinha-o desqualificado para exercer como sumo-sacerdote. Eliasib, o sumo sacerdote, todavia vivia quando do regresso de Neemias (Neem.3:1), mas Joanã já tinha exercido o posto de sumo sacerdote no regresso de Esdras e concerteza no ano de 410 a.C. Só se pode deduzir que Eliasib era o maior dos sumos sacerdotes que permaneciam vivos no regresso de Neemias e era então o cabeça dos sacerdotes mas que já tinha passado muito tempo desde que cedeu as suas obrigações a Joiada e depois a Joanã (substituindo a seu sobrinho) e depois a Jadua quem parece ter sucedido ao sumo sacerdote de acordo com Neemias 12:22 no reinado de Dário o persa (II).

 

Neemias 12:22 parece que divide os 5 períodos em duas eras.

 

A primeira era foi a das vigílias nos dias de Joiaquim, filho de Jesuá, e a era actual referiu-se a “os dias de Neemias, o Governador, e Esdras, o sacerdote e o escriba”. Isto parece confirmar depois a divisão do tempo entre o sumo sacerdócio que estava morto (ou seja Joiaquim foi o pai de Eliasib), e a era actual do sacerdócio vivente que incluí-a Eliasib como o maior dos sumos-sacerdotes vivos.

 

No regresso de Esdras, não se menciona a Jadua, só se regista a Joanã que tinha uma câmara, o que implica que todavia era o sumo-sacerdote. Jadua aparece incluído em Neemias 12:22 como na posição do sacerdócio que pode ter sido de forma temporal, já que Neemias o inclui para todo o sacerdócio até ao reinado de Dário o persa, quem é, sem qualquer dúvida, Dário II. Esdras escreve como se Joanã (ou Jehohanán) e Jadua estivessem ausentes e que ele ocupou a câmara de Joanã na sua ausência.

 

A impressão das duas fontes, a bíblica e a não bíblica, é que o sumo sacerdócio se deteriorou depois dos dias de Joiaquim. Eliasib, Joanã, e Jadua não parece terem-se dedicado com a devida diligência nas suas responsabilidades. A falta de resposta aos judeus de Elefantina por Joanã e a falta de participação nas actividades de Esdras e Neemias indicam que eles se descuidaram de suas responsabilidades. Os matrimónios mestiços, a contaminação e as profanações são corroborados pelas cartas de Elefantina. Um memorando deixou registado que Bagoas e Delaía escreveram à guarnição dando-lhes instruções para que Arsames seja informado que o Templo tinha que ser reconstruído em Elefantina com a oferta de carne e de incenso, acto que só se podia fazer no altar.

 

Não se mencionou que se tinha feito algum sacrifício para não afectar a sensibilidade de Arsames, um macedónio que podia ter considerado o contacto com o fogo e com os corpos mortos como algo profano. Está muito bem registado que os judeus de Elefantina, sob Yedoniah, ao fim, tiveram que dirigir uma petição a Arsames, prometendo que não fazerem sacrifícios pelo fogo no Templo e um pagamento de mil ardabs de cevada (textos de Pritchard. Idem.).

 

Parece como se o Templo tivesse sido acabado em 417 a.C. Os anciãos do sumo sacerdócio morreram e algum tipo de falta de direcção ocorreu, com Eliasib Joanã e Jadua inactivos de certa forma.

 

O que é importante sobre estes textos é que proporcionam dados corroborativos importantes para a informação bíblica, e demonstram a exactidão literal da Bíblia. Também indicam que a data tradicional para a construção do Templo no ano 516 a.C. é algo impossível.

 

Outra corroboração importante do texto Bíblico encontra-se nas Cartas aramaicas. Mibtahiah, filha de Mahseiah, filho de Yedoniah, casou-se com Pi, filho de Pahi (Phy), o construtor da fortaleza de Sevene, de onde Mahseiah servia no destacamento de Varizata. Isto demonstra o grau de mistura nos casamentos que ocorreram até à época de Esdras e Neemias.

 

No ano 25º de Artaxerxes, o par divorciou-se e o acordo conservou-se entre as Cartas aramaicas.

Mibtahiah até foi forçada a fazer uma promessa perante a deusa egípcia (Sati) para a dissolução e a separação do seu dote que está aí registado.

 

A destruição do Templo de Elefantina foi o inicio de uma série perseguições egípcias anti-semitas, que começaram no ano de 410 a.C. e continuaram até ao reinado de Artaxerxes II, que enfrentou uma rebelião egípcia no momento da subida ao poder no ano de 404 a.C. e, no ano de 402 a.C., ele perdeu o Egipto. No ano de 401 a.C., lutou numa guerra civil na Pérsia, e através de tudo isto, os judeus permaneceram leais explicando o seu trato favorável.

 

O Mito do Decreto de Artaxerxes

A Bíblia em nenhuma parte menciona um decreto dado por Artaxerxes que tenha relação com a construção do Templo, excepto o da cessação dessa construção, como se descreve em Esdras 4:23. Quando se emitiu o decreto de aprovisionamento, o Templo já tinha sido construído sem ter em conta se já tinha sido dado por Xerxes I ou por Artaxerxes I ou II. Em nenhuma versão conhecida da historia antiga, ou seja bíblica e não bíblica, a Artaxerxes não se lhe reconhece ter decretado uma ordenança favorável para a construção do Templo ou dando medidas provisórias aos Levitas. Isto é uma invenção moderna.

 

Os teólogos que reclamam a favor de Artaxerxes I, especialmente com relação aos 2300 dias ou às setenta semanas dos anos de Daniel 9:25 (que contem uma má tradução na versão de King James e em outras, mas que está traduzido correctamente na RSV), estão equivocados.

 

Onde a Bíblia difere das fontes históricas, está-se comprovando de forma bem consistente que está correcta conforme o conhecimento aumenta.

 

Setenta Semanas de Anos

O significado da profecia das setenta semanas de anos dada em Daniel 9:25-27 é quando se parte a partir do decreto de Dário II, e vai terminar no ano 70 d.C., começando deste modo pelo cerco de Jerusalém pelo exercito de Tito no 1º de Nisan e continuando até à destruição do Templo no ano de 70 d.C.., no mesmo dia, segundo a tradição, foi quando caiu nas mãos dos babilónios séculos atrás (ver tradução de Moffatt). O assunto termina com o encerramento do Templo em Leontopolis no Egipto (ver abaixo)

 

O primeiro Ungido é Neemias, quem restabeleceu o sacerdócio do Templo no ano de 372 a.C.  (7 semanas de anos) e limpou os Sábados e reinstituiu o dizimo. Ele completou as muralhas da fortaleza do Templo e as muralhas da cidade, e reorganizou Jerusalém.

 

O segundo Ungido é o ministério do Messias. Mas a profecia refere-se a Jerusalém e à função do Templo, não propriamente à época do ministério do Messias. Não se pode considerar que a expiação dos pecados e a rectidão eterna tenham sido realizadas ou completadas pois a lei cerimonial ainda estava em vigor. O Cumprimento da profecia, portanto dependia da retirada ou eliminação do lugar de sacrifício.

 

Enquanto o sacrifício todavia continuasse no Templo, o Messias não era o supremo ou não poderia dizer que o seu sacrifício realmente tinha eliminado o sacrifício diário, ainda que tivesse sido efectuado com a sua morte. Esta profecia todavia ainda não terminou, mas não é que seja concluída numa semana dividida, como certamente alguns reivindicam, mas pelo facto do fim do decreto não ter ainda sido vertido sobre o desolador, ou seja, o mesmo é dizer do sistema romano. Isto será, como se revela em Apocalipse, quando a cidade seja destruída e os sete/oito impérios dos dez reis finalmente sejam destruídos.

 

Se o decreto é considerado a partir de 516 a.C., do reinado de Dário I e as 70 semanas dos anos seguiram directamente depois, então o fim da profecia seria em 26 d.C., o que parecia não ter qualquer relação com o quer que fosse. Os Cristãos de hoje tratam de ligar o tema com o ano 27 d.C., e afirmam que o ministério de Cristo começou nessa altura, o que não foi assim. Josefo está claramente equivocado, no que se refere ao inicio e suas extensões da dinastia caldeia, parecem estar dirigidas á expansão de seus reinos para alargar as datas dos reis persas e assim dar à profecia das 70 semanas de anos algum significado desde Ciro. Entre os Filhos de Zadoque, as 70 semanas de anos tiveram um significado completamente diferente, em relação às idades dos homens, mas isto está fora do nosso assunto. (ver Apêndice para uma analise de Josefo).

 

A mudança da construção do Templo de Dário II para Dário I, parece ser uma invenção pòs-cristã (adaptada por Josefo) que tenta menosprezar o significado das 70 semanas de anos e é provavelmente também a intenção do livro apócrifo de 1ª de Esdras, que está equivocado.

 

As 70 semanas de anos não começam a partir do reinado de Dário I, nem de um decreto inexistente de Artaxerxes I, mas sim a partir de Dário II. È a prova positiva do Messianismo de Cristo e não necessita de nenhum jogo pseudo bíblico de período de três anos e meio ou de sete anos incompletos.

 

O Sinal de Jonas

O Sinal de Jonas é o aspecto mais importante do ministério do Messias. Cristo disse em Mateus 12:39-42

 

Mateus 12:39-42 Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas; 40 pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. 41 Os ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui quem é maior do que Jonas. 42 A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui quem é maior do que Salomão. (AAC)

 

Isto repete-se também em Lucas 11:29-32, e vemos o que Cristo diz no versículo 30:

 

30 Porquanto, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, também o Filho do homem o será para esta geração. (AAC)

 

O sinal de Jonas não foi unicamente que ele esteve três dias e três noites no estômago da baleia, mas que também entrou em Ninive, o que durou três dias de viagem a percorre-la, e, depois de um dia a viajar dentro da cidade, ele profetizou para Ninive, que se arrependeram logo quando lhes deram 40 dias para o fazerem (Jonas 3:3-10).

 

Cristo começou o seu ministério depois de que João o Batista começou a ensinar no ano 15º do reinado de Tibério César. Usando o início do ano civil em Tishri (set/oct.) e a data do reinado de Tibério a partir da morte de Augusto em lugar da proclamação do Senado, a data mais cedo possível para isto seria em outubro do ano 27 d.C.  (ver o artigo O Momento da Crucificação e da Ressurreição [159]). Sabe-se que João tem estado a baptizar por algum tempo já antes, de quando Jesus vai ter com ele para também ser baptizado. Mais em particular, podemos reconstruir os dias a partir de seu baptismo até à Páscoa de 28 d.C., que parece ser um total de 50 dias aproximadamente. Do que se diz em Mateus 4:17, sabemos que Jesus não começou com o seu ministério até que João fosse posto na prisão (Mateus 4:12). Segundo João 3:22 é evidente que, depois da Páscoa de 28 d.C., Jesus e seus discípulos estiveram a baptizar na Judeia (ainda que Cristo mesmo não baptizava (João 4:2)). João ainda assim não tinha sido posto na prisão e estava baptizando em Enón perto de Salim. (João 3:23.24). Por conseguinte, Cristo não começou o seu ministério senão até depois da Páscoa do ano 28 d.C. O ministério de Cristo, durou então menos de dois anos. Junto com o ministério de João o Batista e seu baptismo e a selecção dos discípulos, o ministério teria dois anos e meio. Isto foi sob o principio de um ano por um dia para a profecia de Jonas.

 

Algumas igrejas modernas sustentam que o ministério de Cristo foi de três anos e meio e que foi crucificado no ano 31 d.C. Pela cronologia de João e de outros, indica-se uma Páscoa no ano 30 d.C. (ver o artigo O momento da Crucificação e da Ressurreição [159]). O seu ministério durou dois anos (ou dois dias proféticos), a partir da Páscoa de 28 d.C. até à Páscoa de 30 d.C. Houve duas etapas de como os 50 dias ou mais do seu Baptismo até à Páscoa, como os 50 dias depois da sua ressurreição até ao Pentecostes.

 

Quando se acrescenta estes aos do João o Batista estabelece-se um ministério de pouco menos de três anos (ou três dias proféticos), sobre a base de um ano por um dia com Jonas. O ministério de João o Batista é igual ao dia de marcha dentro da cidade e o ministério de Cristo é a profecia de dois dias. Pelo baptismo de Cristo, vemos o juízo de Satanaz sobre os 40 dias no deserto, anterior à Páscoa de 28 d.C., e o início do ministério de Cristo. O juízo de Satanaz sobre os 40 dias no deserto foi, à sua maneira, análoga ao período dado a Ninive, e Satanaz foi julgado.

 

Como prova positiva do ministério de Cristo, para Jerusalém deu-se um ano por um dia comparando com Ninive. A terceira etapa dos 40 dias foi, para Judá, de 40 anos, terminando com a destruição total de Jerusalém no ano de 70 d.C., 40 anos depois da morte de Cristo, porque a diferença em relação a Ninive, é que estes arrependeram-se e os de Judá não se arrependeram apesar de que lhes foi dado um sinal maior do que aquele que foi dado por Jonas em Ninive.

 

A maior importância da missão de Jonas era, que foi para os Gentios e que só ele entre os profetas hebreus é que efectuo arrependimento dos Gentios. Isto foi um protótipo da missão do Messias como se indica em Isaías 53. Ao sofrer, também indicado no Salmo 22, Cristo estava inteirado da aplicação destas Escrituras. Ele disse as palavras do Salmo 22 na cruz e deu a notícia de sua missão aos Gentios na Parábola dos Lavradores Malvados em Marcos 12:1-9. As indicações dos Evangelhos Sinópticos tornam-se explicitas no Evangelho de João, mostrando que Cristo viu o sofrimento e a morte como um grão de trigo, que daria muito fruto e “atrairia a muitos homens para ele mesmo” (João 12:32).

 

Se os fariseus e os saduceus aceitassem que a construção do Templo ocorreu no reinado de Dário II, logo inevitavelmente seriam condenados; Assim tramaram sequências erróneas e distorcidas. As distorções dos Cristãos modernos sobre as 70 semanas de anos ao redor de Artaxerxes I estão completamente contrárias com Esdras e Neemias e devido a isto, são descartadas pelo judaísmo.

 

As 70 semanas de anos terminaram exactamente no fim do período de 40 anos dado para que Judá e Jerusalém se arrependessem, quer dizer no 1ºde Nisan do ano 70 d.C. ao 1º de Nisan de 71 d.C., tempo esse em que o Templo tinha sido destruído. A referência de Cristo para Ninive e Salomão demonstram o significado da duração do Templo e a cessação do sacrifício. Jerusalém foi rodeada no 1º de Nisan e foi saqueada e destruído o Templo na Expiação do ano 70 d.C. Todavia parte da sequência está incompleta.

 

As 70 semanas de Anos começaram no primeiro ano do Novo Jubileu. Isto foi também no segundo ano do reinado de Dário II. No final do Jubileu acontece a Restauração de Esdras e Neemias (ver o artigo A Leitura da Lei com Esdras e Neemias [250]).

 

O que não se entende geralmente é que o sacrifício para além do mais continuou em Judá depois da destruição do Templo como finalização da profecia em Isaías 19:19.

 

Isaías 19:19 Naquele dia haverá um altar dedicado ao Senhor no meio da terra do Egipto, e uma coluna se erigirá ao Senhor, na sua fronteira. (AAC)

 

Sabe-se que o Templo tinha sido construído em Elefantina e que o sacrifício continuou ali enquanto o Templo de Jerusalém esteve em ruínas devido ao saque de Jerusalém por parte dos babilónicos. Este Templo continuou em total funcionamento até que foi também saqueado depois do Templo de Jerusalém ter sido reconstruído no reinado de Dário II. Então, Jerusalém seguiu como o centro de culto no Templo por quase dois séculos até ao II a.C. Isaías tinha profetizado que um Templo seria reconstruído no Egipto. Esta profecia relaciona-se com o Messias (Isaías 19:20) que se salvaria no Egipto. Estava sob o poder dos romanos nesse momento e o Messias realmente foi enviado ao Egipto para a sua segurança quando era criança, e para dar cumprimento a esta profecia e à de Oseias, de maneira que pôde ser chamado do Egipto como filho de Deus e o primeiro de Israel.

 

A construção do último Templo no Egipto está registada (em uma data dada incorrectamente como o ano 1 a.C.) na Companion Bible no Apêndice 81. A construção está registada por Josefo (Antiquities of the Jews 13.3.1-3; 6; The Jewish Wars (As Guerras Judaicas) 7.10-3; e Against Apion (Contra Apion) 2.5). Em resumo devido  às guerras entre judeus e os sírios, o Sumo-Sacerdote Onias IV escapou para Alexandria. Ele apoiou activamente o Egipto contra a Síria. Foi bem-vindo por Ptolomeo Filometor devido a esse facto. Foi nomeado príncipe dos judeus que aí viviam e nomeado Etnarca e Alabarca. Pediu permissão a Ptolomeo e a Cleópatra para construir o Templo aí para dar cumprimento a Isaías. Pediu permissão para o povoar com os seus próprios sacerdotes e outros Levitas. A carta que escreveu e a resposta do rei e da rainha está registada no apêndice anterior.

 

O templo de Jerusalém havia sido profanado pela presença de deuses gregos que tinham sido colocados aí por Antioco Epifanes. Jerusalém helenizou-se em alto grau durante este período, e o sistema foi corrupto.

 

Onias veio para Leontopólis no distrito com o nome de Heliopolita. A localização do Templo foi no lugar em que Israel teve luz nas suas moradas, enquanto o Egipto esteve em trevas. O propósito era de representar o Messias quem seria a luz na obscuridade. O Templo funcionou por mais de 200 anos a partir de 160 a.C. até 71 d.C., quando foi encerrado por ordem de Vespasiano. A localização foi mencionada na versão dos LXX como a cidade da justiça (‘ir-há-zedek). Os judeus sentiram imensos ciúmes por este Templo e alteraram as letras das palavras a cidade do sol para que lê-se a cidade da destruição (cheres para heres).

 

As cinco cidades mencionadas em Isaías 19:18 provavelmente são: Heliopolis, Leontopólis, Dafne, Migdol e Memfis.

 

O encerramento do Templo no ano 71 d.C. por ordem de Vespasiano terminou a fase do Sinal de Jonas. Enquanto que o sacrifício havia de continuar em Elefantina durante o período em que o primeiro Templo estava em ruínas, Deus não permitiu que este Templo sobrevivesse depois da destruição do Templo de Jerusalém. Desta vez o Templo novo seria feito de pedras vivas e a autoridade tinha passado de Judá para a Igreja no deserto. Esta fase do Sinal de Jonas foi para julgar as nações sobre 40 Jubileus. O sacrifício devia de terminar nesse período de 40 Jubileus. Qualquer que tentasse reiniciar o sacrifício foi morto ou destruído.

 

Isto completou as 70 semanas de anos que foi a duração adjudicada do segundo Templo. O Sinal de Jonas foi igualmente completado, e o terceiro Templo a partir desta data foi retirado de Jerusalém e espalhado.

 

O Terceiro Templo, ou quarto tabernáculo, tinha que ser construído por blocos individuais de Filhos de Deus engendrados pelo Espírito. O significado encontra-se em Zacarias 3:8-10 e Zacarias 4.

 

No versículo 8, o anúncio do Renovo que virá é feito e os sete olhos são profetizados (estas são as sete estrelas de Apocalipse 2:1). Pelo Advento de Cristo que “tirará a iniquidade da terra num só dia”, vemos o desenvolvimento, através de Zacarias 4:1-3, das sete eras da Igreja e das duas oliveiras. Estas duas oliveiras são os dois Ungidos, e estas dão o seu azeite através de dois tubos de ouro (Zacarias 4:12). Assim, o terceiro Templo é do Espírito de Deus e, portanto, alcança todas as coisas por meio do azeite do Espírito de Deus. Pois a graça lhe foi dada (Zacarias 4:7) e em Zacarias 4:6., vemos que todas as coisas se salvam a partir de esse momento em diante “não com exército, nem com força, mas sim com meu espírito, como disse Yahovah dos Exércitos”.

 

Devido a isto, o segundo Templo, ou terceiro tabernáculo, foi limitado no tempo e teve que ceder, passou ao terceiro Templo, o espiritual, e o quarto tabernáculo, dos sete candelabros que são, como se sabe pelo Apocalipse 2 e 3, as sete eras da Igreja. Estas eras foram nomeadas por áreas separadas de Jerusalém e começaram de Efésio, como a era efésia.

 

Mas a partir de 70 d.C., o coração de Judá foi endurecido de tal modo, que eles não entenderam o significado de tudo isto. É igualmente possível que as autoridades rabínicas desse tempo tenham visto o significado completo da profecia e que fossem condenados por isso. A partir de então, a fabricação da história da construção no reinado de Dário I começou a obscurecer o significado do assunto.

 

A última sequência do Sinal de Jonas deveria implicar quarenta jubileus, que a partir da vida de Moisés foi a terceira e a final etapa tipificada pelos 40 anos no deserto por parte de Israel antes de tomar a sua herança. Estes quarenta anos foram o protótipo dos quarenta Jubileus. O primeiro Jubileu devia implicar o nascimento de Cristo e os actos conducentes ao seu ministério. João o Batista começou o seu ministério no ano de Jubileu 27 d.C. que, sendo o decimo quinto ano de Tibério, deve ter sido portanto em outubro. Daí o significado aqui é que começou quando o Jubileu foi tocado. Como temos visto, o simbolismo da restauração de Josias foi no primeiro ano do novo Jubileu. Isto é exactamente o que Cristo fez. O começo do seu ministério no ano 28 d.C. depois da Páscoa. Assim, os quarentas Jubileus abarcam o Sinal de Jonas, até ao estabelecimento do Milénio no primeiro ano do novo Jubileu em março/abril de 2028 d.C.  A sequência dos trinta anos vai de 1977 a 2027.

 

O Caminho Equivocado

A preocupação dos teólogos Protestantes com o decreto de Artaxerxes provém das intenções de relacionar a profecia com uma tradução errada de Daniel 9:25 na versão de King James. Nos finais do ano de 1830, Guilherme Miller elegeu esta data para o começo da profecia dos 2300 dias. Porque é que ele e os outros cometeram este erro tão desconcertante. O começo da profecia declara-se em Daniel como que era a partir do tempo quando o santuário seria pisado e a oferta queimada contínua no Templo fosse retirada. Isto não se passou depois de, nem coincidiu com, nenhum dos decretos de construção ou do decreto de aprovisionamento. Miller esteve gravemente equivocado e a manipulação pós Reforma destas profecias têm sido uma fonte de fascinação.

 

Referente à Profecia de 2.300 Dias

A data mais próxima que se pode considerar para a profecia foi a invasão de Jerusalém e a profanação do Templo por Ptolomeo (Soter) no final do ano 302 a.C. Este acto coloca a finalização da profecia, na sua data mais próxima, no final de 1998. Sendo a data mais provável, isto significa que tudo será levado a cabo a partir de 1999. Uns relacionam a cessação do sacrifício diário a Antioco Epifanes no ano de 167 a.C., o que poderia colocar a finalização em 2133 ou 2134 mas isto assim já não coincidiria com Daniel 12 ou Apocalipse. Do mesmo modo, considerar como data o ano 197 a.C., resultaria uma data em 2108.

 

No ano de 197 a.C., a Judeia tornou-se numa província do Império Seléucida, os sucessores do Este de Alexandre de onde provém Antioco Epifanes. Com Seleuco IV começaram as infiltrações helenísticas, que provocaram a resistência do Sadoqueu sumo-sacerdote Onías III.

 

Final Das 70 Semanas de Anos

O final da profecia das 70 semanas de anos e os detalhes que rodeiam a destruição do Templo no ano de 70 d.C. requerem um exame detalhado para assegurar um entendimento adequado.

 

A jurisdição judia sobre o Templo foi reconhecida e respeitada pelos romanos. As proibições contra os Gentios que ingressavam nos pátios interiores do Templo foram apoiadas pelos romanos e o castigo era a morte, mesmo que se fossem cidadãos romanos. Os romanos confirmaram a jurisdição capital judia até sobre os que não eram judeus. Foi por esta razão que Paulo teve que apelar ao Imperador (Actos 25:9-12) e só isto levou a Festo tratar Paulo segundo a lei judia.

 

De The History of the Jewish People in the Age of Jesus Christ (A Historia do Povo Judeu na Época de Jesus Cristo) de Emile Schurer, Vol. 1, 111.2 T&T Clarke Ltd, Edinburgh, 1973, o culto judeu não foi só meramente tolerado mas contou com a protecção do estado romano. Igualmente, tinham a administração do Templo, especialmente sobre as suas finanças, entre os anos 6-41 d.C.  (idem., Vol. 1., p.377-379).

 

De 44 d.C. a 66 d.C. transferiu-se a administração para Herodes de Calcis e depois para Agripa II (idem., p.380).

 

Também se exonerou aos judeus do serviço militar para prevenir os conflitos com as festas e os Sábados. (ob. Cit., Vol. I, p. 362-363, Vol. II, p. 474-475, Vol. III, p. 22-23, 120-121). Judá permaneceu até ao ano 70 d.C. como uma unidade administrativa com seu governo provincial próprio.

 

O exército romano em Cesarea, até ao rebentar da Guerra Judia no ano de 66 d.C., consistiu maioritariamente de tropas sírias de Cesarea e sebastenas. No ano de 66 d.C. Vespasiano pôde alistar no seu exército, cinco coortes e um regimento de cavalaria de Cesarea (idem., Vol I, p.364), igual para aquelas destacadas aí no ano de 44 d.C. As tropas em Actos 27:1 cerca de 60 a.C. podem ter sido uma das cinco coortes mencionadas por Josefo em Antiquities of the Jews (Antiguidades do Povo Judeu), Livro XX, 8,7, de onde sustenta que a desordem entre os judeus e sírios foi o que finalmente originou a guerra.

 

A última construção no Templo foi de uma parede na parte mais alta do edifício pertencente à sala interior sobre o lado oeste para evitar que Agripa visse a sala interior durante as cerimónias (Schurer. Vol. I, p. 475). A destruição de esta parede evitou-se apelando a Nero e com a intersecção de Popea, esposa de Nero. Neste tempo o sumo-sacerdote, designado por Agripa, apropriou-se dos dízimos e os sacerdotes mais pobres morrerem de fome (idem., p. 465., p. 468-470).

 

Por volta de 62 d.C., concluiu-se esta ultima parte da construção no Templo, e os nomeados de Agripa estabeleceram como norma o retiro dos dízimos, começando com Anano.

 

As escrituras imperiais obtidas pelos sírios de Nero por suborno a Berillo, o escriba de Nero responsável da correspondência grega, pesaram muito contra os judeus (idem., p. 467). A partir de 62 d.C. sob o sumo-sacerdote, Anano, candidato de Agripa, executou-se a muitos do sacerdócio.

 

O sumo-sacerdote do quarto tabernáculo ou terceiro Templo, Tiago, Bispo de Jerusalém, irmão de Jesus Cristo, foi executado (Idem., p.468). Isto significou o final do sacerdócio do Templo em Jerusalém e o fim das 62 semanas de anos. O novo procurador, Albino (62-64 d.C.) era terrivelmente mau, apropriou-se de somas avultadas de dinheiro tanto publica como privadas, inclusive do tesouro público.

 

A partir de este momento em diante, o sumo sacerdócio foi um refúgio para “os sem vergonha”. Um sumo-sacerdote, Jésus, filho de Damnai, iniciou uma batalha contra o seu sucessor, Jésus, filho de Gamaliel, porque não quis abandonar o Santo Oficio (idem., p. 469). Quando Albino foi retirado, executou os criminoso principais e depois libertou todos os prisioneiros – deixando as prisões vazias e o país cheio de ladrões. Seu sucessor, o último dos procuradores, Gessio Floro (64-66 D.C.), foi também o pior, sendo o maior sem vergonha a cargo da administração. Ele apropriou-se de cidades inteiras e permitiu o banditismo sem nenhum castigo (idem., p. 470).

 

No ano de 64 d.C. Nero declarou a perseguição aos Cristãos de Roma e a tradição diz que Pedro e Paulo foram martirizados. O “ Pacto com muitos” contra os judeus e cristãos foi estendido a muitos lugares. Em 68 d.C., o mosteiro em Qumrán foi destruído, e também Nero foi deposto.

 

Os revolucionários desenvolveram a pratica de sequestrar o clero para os trocar por prisioneiros e por volta de 66 d.C., as autoridades com os sírios e outros, começaram com os actos que depois se converteu na Guerra Judia.

 

A partir de 1 de Nisan de 70 d.C., Jerusalém foi rodeada. No dia da Expiação do ano 70 d.C. o Templo foi destruído e a partir da Expiação de 70 d.C., não houve Templo nem sacrifício e oblação até ao final da guerra no ano de 73 d.C. com a queda de Massada. Este período é ao que se referiu em Daniel 9:27.

 

 

Durante uma semana de anos a maioria das pessoas deixaram de praticar a sua religião, o mesmo que dizer de 63 d.C. a 70 d.C., devido à corrupção do Templo, dos roubos do dízimo e das mortes do clero. O termo para a metade de esse tempo, o sacrifício e as ofertas cessaram geralmente se toma para referir-se à metade da semana de anos, mas isto provavelmente refere-se ao tempo depois da destruição de 70-73 d.C., quando a nação lutou, mas sem o Templo ou sacrifícios. Assim as 70 semanas de Anos são claramente uma profecia cumprida. Depois da morte de Tiago e antes da destruição em 70 d.C.., a Igreja fugiu de Jerusalém para Pella (idem., p. 498 & nota 65), porque eles sabiam pela profecia que o final deste período devia de ocorrer e o próximo Templo das setes igrejas, o quatro dos querubins protectores de Ezequiel (Ezequiel 1:15) devia de começar. Em Eclesiastes 6:6., Salomão já tinha indicado que isto poderia durar dois mil anos. O Sinal de Jonas então entrou na sua seguinte e pouco compreendida fase, o tempo dos Gentios. Esta deveria durar quarenta Jubileus até ao regresso do Messias e o princípio do Milénio que se refere em Apocalipse 20:4.

 

A Igreja sob Simão, sobrinho do Messias, voltou para Jerusalém por volta de 72 d.C., e estabeleceu as Igrejas dos Desposini ou aqueles que pertenceram ao Senhor e proporcionaram os bispos para as Igrejas da Ásia e do Egipto, durante muitas décadas até que Roma os substituiu por gregos.

 

Bem se pode perguntar – O que havia sucedido se os Judeus se tivessem arrependido? A resposta é proporcionada pela referência a Israel no deserto quando enviaram espias ou testemunhas para conhecer a terra prometida. Enviaram um homem de cada uma das tribos, Josué, o filho de Nun, era de Efraim e foi chamado Josué por Moisés (Num 13:8,16). Foram enviados de Zin regressando ao fim de quarentas dias (Num. 13:25). Eles rechaçaram a sua herança atestando contra a produtividade da sua herança, todos excepto Josué e Caleb (Num. 14:6-7). A nenhuma pessoa maior de vinte anos que se queixou contra Deus lhe foi permitida entrar na Terra prometida excepto a Josué e a Caleb. Às crianças deu-lhes quarenta anos como pastores errantes pagando assim a pena da sua infidelidade. Isto representa a Judá e a Levi no tempo do Messias.

 

Os quarentas dias de testemunho tornaram-se os quarenta anos do Sinal de Jonas, do Messias à destruição do Templo. Os quarentas anos no deserto tornaram-se nos quarenta Jubileus da vida errante até à segunda vinda.

 

Judá poderia ter-se arrependido e haveríamos de estar debaixo da sua autoridade. Mas eles não se arrependeram e Deus sabia que não se arrependeriam. Então fomos chamados em circunstâncias diferentes. A Judá se dará arrependimento depois.

 

 

Apêndice

 

O Decreto de Ciro e os Reis Caldeus Segundo Josefo

Muitos historiadores têm-se preocupado em comprovar que a profecia das 70 semanas de anos relaciona-se com o ministério de Cristo – de alguma maneira ao determinar o começo e deixando 3 1/2 anos para o tempo do fim. Com zelo equivocado alguns tradutores têm manipulado tanto Daniel 9:25-27 que a posição por fraude não poderia ser mal aplicada. Provavelmente a tradução mais fiel é a de Moffat

 

Conhecemos agora, que entre a publicação da ordem profética para repovoar e reconstruir Jerusalém e a consagração de um sumo-sacerdote supremo, sete semanas de anos passaram; no curso de sessenta e duas semanas de anos será reconstruída, com suas praças e ruas; finalmente, depois das sessenta e duas semanas de anos, o sacerdote consagrado será anulado, não deixando nenhum sucessor; a cidade e o santuário serão destruídos junto com o sacerdote consagrado, e depois a ruína derramará com uma inundação de guerra até o mesmo final.

 

Durante uma semana de anos, a maioria das pessoas deixará de praticar a sua religião; durante a metade de esse tempo, o sacrifício e a oferta cessaram e em vez de isto, ocorrerá uma abominação espantosa, até que finalmente a ruína afixada caia sobre a abominação sacrílega.

 

Note-se que a consagração do consagrado parece ser o restabelecimento do sacerdócio depois da destruição de Jerusalém e do Templo, e a anulação do sacrifício.

 

Enquanto não se sabia que isto era a crucificação de Cristo que foi referenciada no versículo 24, a profecia obviamente não concerne em si para seu ministério mas sim para o seu cumprimento com a destruição do Templo.

 

A lista dos reis caldeus até Ciro o persa reconstroem-se e as datas aceitadas do Cânon de Ptolomeo também incluem-se para maior informação.

 

Josefo também regista que para Neemias lhe foi dada a comissão por Xerxes no ano 25 do seu mandato e que as paredes foram completadas em dois anos e quatro meses e que foram terminadas no ano 28 de Xerxes.

 

Lamentavelmente as datas assinaladas por Xerxes usando para Ptolomeo são de 486 a 464 a.C., um período de 22 anos. Pode ser que as traduções estejam equivocadas, que Josefo se equivoque ou, mais provavelmente que todos estejam equivocados. Os únicos reis que se conhecem terem reinado por mais de 25 anos foi Dário I e Artaxerxes I e II.

 

Uma data muito interessante surge, no entanto se tomarmos a data de Ciro a partir da construção de Nabucodonosor na data aceitável do ano 605 a.C. e acrescentamos à cronologia de Josefo para os reis caldeus. Isto produz o decreto de Ciro no ano de 464 a.C.

 

Setenta semanas de anos de esta data chega ao ano 27 d.C. João o Batista começou o seu ministério no final desse ano. Um ano ou dois já para o início ou o fim desta data são permissíveis. O problema com isto, no entanto, é que as datas do final para o rei persa usando o Cânon de Ptolomeo e as datas que em comum são aceitáveis que se encontram na maioria das tabelas de tempo da Bíblia é 260 a.C. – pondo a conquista de Alexandre 72 anos demasiado tarde. A duração dos reis persas pode ser demasiado larga, ou de facto, a data do princípio pode estar equivocada por alguns anos.

 

O facto é que o Cânon de Ptolomeo pode-se demonstrar que é correcto com a data de 605 a.C., fixada astronomicamente. Existe a possibilidade, no entanto das 70 semanas de anos, usando as datas de Josefo para os reis caldeus, terminam no tempo de Cristo. Em nenhuma etapa, usando qualquer das trocas possíveis, é a questão de Ciro Artaxerxes I (Longimano).

 

Esta tabela construída pelos escritos de Josefo e sobreposta pelas datas de fontes estranhas é arbitraria e, se Josefo está certo, então a profecia do cativeiro de 70 anos não é valida. Era 96 anos segundo Josefo a partir dos actos de Nabucodonosor contra os judeus, que ocorreram no ano 23º do seu reinado, até ao decreto de Ciro. Baseando-se só nesta razão, Josefo não deve ser considerado e a interpretação inicial deve suster-se como valida.

 

Independente de que ponto à partida seja usado, não dá nenhum período de sete anos em que nos quais três anos e meio sejam deixados no ar para serem tomados depois em algum período mítico antes do tempo do regresso de Cristo, tão pouco Daniel sugere que haveria uma semana partida ou um período posterior de uma semana. Os marcos do tempo não o permitem. Daniel claramente menciona que no final do período, durante uma semana de anos, a maioria das pessoas deixariam de praticar a sua religião e, para a metade de aquele tempo o sacrifício e a oferta cessaram.

 

Um estudo da destruição de Jerusalém e do Templo mostra que esta profecia foi completada no ano 70 d.C.

 

Uns ensinam que o final decretado será virado sobre o desolador por 3 ½ anos, ou seja o período das pragas e da ira de Deus do Apocalipse. Enquanto o período de 3 ½ anos das pragas da ira de Deus ocorrerá, tentaram relacioná-las com esta profecia, denotando um argumento muito duvidoso. Outros ensinam que o período de uma semana dos anos é reservado para o tempo do fim. Não há efectivamente nenhum apoio para tal afirmação. Se nós tivéssemos estado no meio de Jerusalém no período de 3 ½ anos até ao ano 70 d.C., nós provavelmente teríamos mais consciência da exactidão da profecia e do erro da posição anterior.

 

Tabela

REIS

ANOS

DATAS

Nabucodonosor

(Nabopolasar)

21

622 a.C. (Data de principio segundo Josefo mas são anos de reinado)

Nabucodonosor

43

605 - 562 a.C.

Evil-merodac

18

562 - 522 a.C.

Neriglisar

40

522 - 482 a.C.

Laborosoar-chod

9/12

482 -? a.C.

Baltasar

(Nabonido

17

465 -? a.C.

Ciro (de Dário)

10

465 – 455 a.C.

(Construção do Cânon de Ptolomeo

Cambisses

7

455 - 448 a.C.

Dário I

36

448 - 414 a.C.

Xerxes

22

414 - 392 a.C.

Artaxerxes

41

392 – 351 a.C.

Xerxes II

-

351 a.C.

Dário II

19

351 – 332 a.C.

Artaxerxes II

46

332 – 286 a.C.

Artaxerxes III

20

286 – 266 a.C.

Dário III

6

266 – 260 a.C.

 

Bibliografia

 

The Common Bible (A Bíblia Comum) (Revised Standar Version) (Versão Normal Revisada), Collins, 1973.

 

Heródoto, The Histories (As Historias), tr. Por A. De Selincourt (Burns Ver)., Penguin, 1983

 

Josefo, Complete Works (Obras Completas), tr. Por William Whiston, Kregel Publications, 1981

 

Emile Schurer, The History of the Jewish People in the Age of Jesus Christ (A Historia do Povo Judeu Na Época de Jesus Cristo) (175 a.C – 135 d.C.). Vols. I até ao III, ver. Por Varnes y Millar, T&T Clarke Ltd, 1958

 

James B. Pritchard, The Ancient Near East – An Anthology of Texts and Pictures (O Médio Oriente Antigo – Uma Antologia de Textos e Ilustrações), Princeton, 1958.

 

 

 

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