Igrejas Cristãs de Deus
[242]
(Edição 1.0 19980314-19980314)
Muitos Cristãos não apreciam completamente o que sucedeu durante o período da Páscoa e o momento do significado da morte do Messias, como o Cordeiro de Deus.
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A
Morte do Cordeiro [242]
Examinamos anteriormente o tempo e as datas em que ocorreu a crucificação e a ressurreição (ver o artigo O Momento da Crucificação e da Ressurreição [159]).
A Páscoa foi examinada no artigo A Páscoa [098] e
foi subdividida nas respectivas partes que a compõem ao explicar a Ceia do
Senhor nos artigos O Significado da Lavagem dos
Pés [099], O Significado do Pão e do
Vinho [100] e A Ceia do Senhor [103].
Sabemos que a Páscoa é um mandamento dado pelo Senhor e que foi guardada por Israel, como manda a Bíblia, até fins do período do templo no ano 70 d.C.
Entendemos o que se passou na Ceia do Senhor e sabemos que nessa actividade levou-se a cabo na noite do 14 de Nisan antes da detenção do Messias, de seu juízo e crucificação subsequentes.
Cada actividade na sequência da Páscoa realizou-se de acordo com o plano perfeito de Deus e de acordo com as Suas Leis e tempos específicos. Cristo não foi crucificado numa 6ªfeira e não foi ressuscitado no domingo, como supõe a maioria da Cristandade dominante. As origens pagãs da Semana Santa e a transição da Páscoa para o festival da Semana Santa são examinadas com detalhe no artigo As Origens do Natal e da Semana Santa [235].
Igualmente, os judeus não tiveram as datas equivocadas e Cristo não foi morto no tempo incorrecto. Ele foi morto no momento exacto do primeiro cordeiro da Páscoa que foi sacrificado no Monte do Templo e de acordo com a ordenança dada pelo mandato de Deus.
Conhecemos muito bem as actividades que sucederam e como foi o serviço da última ceia que o Senhor nos deu como a Ceia do Senhor. Sabemos que este é um dos dois sacramentos da Igreja (ver o artigo Os Sacramentos da Igreja [150]). O outro sacramento é o baptismo (ver o artigo Arrependimento e Baptismo [052]).
O que todavia não se entende bem são as datas em que tal sucedeu e as razões existentes por detrás da morte do Messias como o Cordeiro de Deus.
As Ordenanças da Páscoa
Levitico 23:4-14 São estas as festas fixas do Senhor, santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado: 5 No mês primeiro, aos catorze do mês, à tardinha, é a páscoa do Senhor. 6 E aos quinze dias desse mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos. 7 No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. 8 Mas por sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. 9 Disse mais o Senhor a Moisés: 10 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou, e segardes a sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa sega; 11 e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá. 12 E no dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor. 13 Sua oferta de cereais será dois décimos de efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao Senhor; e a sua oferta de libação será de vinho, um quarto de him. 14 E não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até aquele mesmo dia, em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações. (AAC)
Vemos que esta ordenança está dividida nas seguintes partes que a constituem:
Ambas as datas o 15 e o 21 do primeiro mês chamado Nisan ou Abib (Abib ou Aviv, significa Primavera, p.e. Tel Aviv é a Colina da Primavera) são convocações santas e não se permite nenhum tipo de trabalho nesses dias.
A Oferta do Molho Mexido deve realizar-se no dia seguinte ao Sábado e um cordeiro sem defeito deve ser sacrificado com esta oferta dos primeiros frutos. Tradicionalmente movia-se o molho na terceira hora ou ás 09H00 do domingo pela manhã depois do Sábado semanal durante a Festa dos Pães sem Levedura. È também neste domingo que começava a contagem para o Pentecostes, como se vê nos artigos sobre o Pentecostes (Ref. Ao artigo A Contagem do Omer até ao Pentecostes [173]). Schurer não nos diz nada sobre esta oferta.
Existem várias sub ordenanças que regem a Páscoa e que esclarecem as actividades do Messias e dos apóstolos na Páscoa do ano 30 d.C., quando ele morreu.
A Páscoa devia-se realizar da seguinte maneira. A ordenança original foi dada para a refeição que se devia comer na noite que se seguia ao sacrifício durante a tarde de 14 de Nisan; ou seja, durante a noite do dia 15 de Nisan. Inicialmente foi um cordeiro que se comeu com ervas amargas; foi morto no Egipto e cujo sangue foi borrifado sobre as ombreiras das portas, de modo que o anjo da morte passa-se sobre as casas dos filhos de Israel. Desta maneira, os primogénitos do Egipto foram aniquilados e passou-se por alto (da palavra hebraica Pesaj que significa passar) aos filhos de Israel – daí, o termo de Páscoa (Passover em Inglês). Desta maneira, Deus mostrou o que Ele faria com o mundo e que a salvação devia vir pela morte do Messias, como o Cordeiro de Deus que permite ingressar na família de Deus como parte da nação de Israel.
Ordena-se este sacrifício no livro de Êxodo.
Êxodo 12:1-14
Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egipto, dizendo: 2 Este mês será para
vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. 3 Falai a toda a
congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si
um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. 4 Mas se a família
for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho mais
próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada um,
fareis a conta para o cordeiro. 5 O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual
tomareis das ovelhas ou das cabras, 6 e o guardareis até o décimo quarto dia deste
mês; e toda a assembleia da congregação de Israel o matará à tardinha: 7 Tomarão do sangue,
e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
8 E
naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas
amargosas a comerão. 9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim assado ao fogo; a
sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura. 10 Nada dele deixareis até pela
manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo. 11 Assim pois o
comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso
cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. 12 Porque naquela
noite passarei pela terra do Egipto, e ferirei todos os primogénitos na terra
do Egipto, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egipto
executarei juízos; eu sou o Senhor. 13 Mas o sangue vos será por sinal nas casas em
que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre
vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egipto.: 14 E este dia vos
será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas
gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. (AAC)
Este cordeiro da Páscoa ou cabrito devia ser morto por toda a assembleia da congregação de Israel. Era seleccionado no décimo dia e morto no décimo quarto dia. Comia-se na noite do décimo quinto dia do primeiro mês e devia-se observar como uma Noite para Ser Guardada para sempre. Quando o anjo da morte passou à meia-noite do dia 15 de Nisan, feriu os primogénitos do Egipto, desde o filho do Faraó até ao dos cativos na prisão.
Êxodo 12:29-36 E aconteceu que à meia-noite o Senhor feriu todos os primogénitos
na terra do Egipto, desde o primogénito de Faraó, que se assentava em seu
trono, até o primogénito do cativo que estava no cárcere, e todos os
primogénitos dos animais. 30 E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os
egípcios; e fez-se grande clamor no Egipto, porque não havia casa em que não
houvesse um morto. 31 Então Faraó chamou Moisés e Arão de noite, e disse: Levantai-vos,
saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide servir ao
Senhor, como tendes dito. 32 Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado, como
tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim. 33 E os egípcios apertavam ao
povo, e apressando-se por lançá-los da terra; porque diziam: Estamos todos
mortos. 34 Ao que o povo tomou a massa, antes que ela levedasse, e as
amassadeiras atadas e em seus vestidos, sobre os ombros. 35 Fizeram, pois, os
filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de
prata, e jóias de ouro, e vestidos. 36 E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos
egípcios, de modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egípcios. (AAC)
Ordenou-se que esta noite fosse guardada como comemoração para Israel, porque foi de Israel que Deus teve piedade. Esta actividade representa também a salvação do mundo através do sacrifício do Messias.
Êxodo 12:42 Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da
terra do Egipto; esta é a noite do Senhor, que deve ser guardada por todos os
filhos de Israel através das suas gerações. (AAC)
A ordenança foi alterada depois da primeira Páscoa da seguinte forma.
Deuteronomio 16:1-8 Guarda o mês de abibe, e celebra a páscoa ao Senhor teu Deus;
porque no mes de abibe, de noite, o Senhor teu Deus tirou-te do Egipto. 2 Então, das ovelhas
e das vacas, sacrificarás a páscoa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor
escolher para ali fazer habitar o seu nome. 3 Nela não comerás pão
levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto
apressadamente saíste da terra do Egipto), para que te lembres do dia da tua
saída da terra do Egipto, todos os dias da tua vida. 4 O fermento não aparecerá
contigo por sete dias em todos os teus termos; também da carne que sacrificares
à tarde, no primeiro dia, nada ficará até pela manhã. 5 Não poderás sacrificar a
páscoa em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, 6 mas no lugar que o
Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome; ali sacrificarás a
páscoa à tarde, ao pôr-do-sol, ao tempo determinado da tua saída do Egipto. 7 Então a cozerás, e
comerás no lugar que o Senhor teu Deus escolher; depois, pela manhã, voltarás e
irás às tuas tendas. 8 Seis dias comerás pães ázimos, e no sétimo dia haverá assembleia
solene ao Senhor teu Deus; nele nenhum trabalho farás. (AAC)
Aqui vemos que a ordenança se alterou da original. Na primeira Páscoa, fez-se dentro das casas no Egipto e não se permitiu que saíssem. Depois a casa foi protegida pelo sangue que cobria as ombreiras das portas.
Desta maneira, mostrava-se que os eleitos estavam protegidos ainda que vivendo em terras estrangeiras enquanto que o anjo da morte actuava, que era o mesmo Messias no seu rol como Juiz da terra. Afim de se qualificar para esse papel, ele teve que mostrar desejo de entregar a sua própria vida pelo mundo inteiro que ele devia julgar.
Este simbolismo foi encontrado na ocupação de Israel, quando Josué e as tribos ocuparam a terra prometida. O fio vermelho sobre as ombreiras da casa de Raabe, no muro de Jericó, simboliza essa passagem por cima do anjo da morte, quando lhe apareceu a Josué, como Capitão do Exercito do Senhor (ver o artigo A Queda de Jericó [142]).
Quando Israel entrou na possessão da sua própria herança e ingressou nas suas próprias terras, é-lhes ordenado então guardar a Páscoa fora das suas casas (Det-16:5-7). Só até à manhã dos Pães sem Levedura é que se lhes permitia voltar a casa. Também, a partir desse momento, podia-se matar qualquer animal puro do rebanho. No entanto, a Páscoa todavia é simbolizada pelo cordeiro que era o animal mais comum e aceite como alimento.
Pode-se começar a ver algum do simbolismo e do sentido das datas e actividades de Jesus Cristo na Páscoa quando foi crucificado.
Sabemos sem dúvida quando se matavam os cordeiros durante o período do templo. Josefo mostra-nos que os cordeiros eram mortos entre a nona e a undécima hora, ou seja das 15H00 às 17H00 do décimo quarto dia. Então, preparavam-se os cordeiros e comiam-se na noite de 15 de Nisan como o jantar da Páscoa. Josefo fala-nos de uma Páscoa durante o reinado de Nero:
Então estes sacerdotes, no momento da sua festa que chamam a Páscoa, quando matam os seus sacrifícios, a partir da nona hora à undécima, mas de modo que tenham companhia no menor a dez correspondentemente para cada sacrifício, (pois não é legal para eles celebrar individualmente), e muitos de nós somos vinte em companhia, encontraram que o numero de sacrifícios era de duzentos e cinquenta seis mil e quinhentos; que, sobre a aceitação de não mais que dez a celebrarem juntos, totaliza dois milhões setecentos mil e duzentas pessoas (Wars of the Jews (Guerra dos Judeus), Li. VI. IX, 3).
No entanto, havia só um cordeiro – o primeiro a ser sacrificado às 15H00 – que foi apresentado perante o sumo-sacerdote como a Páscoa.
Então, estamos formando já a ideia do significado por detrás da sequência dos actos desse 14 de Nisan no qual ele morreu.
O costume da Páscoa também era diferente. Na Judeia, as pessoas trabalhavam no dia 14 de Nisan até ao meio-dia, mas na Galileia, não se trabalhava em absoluto no dia 14 de Nisan (ref. History of the Jewish People in the Age of Jesus Christ (Historia do Povo Judeu na Época de Jesus Cristo), Schurer, volumen II, p. 14).
Esta proibição ao trabalho durante a Páscoa deve-se às actividades requeridas para o 14 de Nisan dadas em Deuteronomio 16:5-7. Na Galileia, de onde era Cristo, as pessoas fazem o que Cristo e o que os apóstolos fizeram durante o dia do sacrifício da Páscoa e iam-se instalar em alojamentos temporais e matavam o sacrifício da Páscoa. Na Judeia que para todos os aspectos era uma terra separada, como se vê nas leis da Mishnah enquanto para as mulheres e propriedade (mKet. 13:10; mb.B 3:2; ref. Schurer, idem.), parece que se tornaram frouxos nesta prática, possivelmente devido à proximidade do Templo e possivelmente também devido à grande quantidade de trabalho que necessitavam de fazer em Jerusalém para os sacrifícios da tarde.
No entanto, o Messias e os apóstolos entraram num alojamento temporal, como é requerido pela ordenança em Deuteronomio 16:5-7.
O Cordeiro de Deus
Identifica-se o Messias como o Cordeiro de Deus.
João 1:29-37
No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30 este é aquele de quem eu
disse: Depois de mim vem um varão que passou adiante de mim, porque antes de
mim ele já existia. 31 Eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, é
que vim baptizando em água. 32 E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como
pomba, e repousar sobre ele. 33 Eu não o conhecia; mas o que me enviou a baptizar em água, esse me disse:
Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que
baptiza no Espírito Santo. 34 Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. 35 No dia seguinte
João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos 36 e, olhando para
Jesus, que passava, disse: Eis o Cordeiro de Deus! 37 Aqueles dois discípulos
ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus. (AAC)
João afirma aqui a preexistência de Jesus.
João o Batista nasceu antes de Cristo e, no entanto, fala-se aqui que Cristo
era primeiro antes que ele, porque, ele era antes que ele. Este texto segue
a sequência de João 1:18., de onde vemos que o Messias foi o único engendrado
[único nascido] Deus [monogenes theos] quem
está no seio do Pai, Ele dá-se a conhecer [ou declara] [Ele (acrescenta)] (ref.
Novo Testamento Concordância Literal
e também a RSV Interlineal grego-inglês
de Marshall).
Também aqui o apóstolo João diz que o mundo veio a existir através de ele (João 1:10). Como o verbo, ele se fez carne e habitou connosco. Esta expressão do logos era conhecida na antiga Judeia como Memra. A sua posição era como o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. O significado do cordeiro aparece uma e outra vez nos sacrifícios como oferecimento pelo pecado e pela paz, e por outros assuntos.
A mudança de ideia sobre o cordeiro na profecia vem de Isaías 16:1-5. Este texto fala do cordeiro.
Isaías 16:1-5
Enviaram cordeiros ao governador da terra, desde Sela, pelo deserto, até
o monte da filha de Sião. 2 Pois como pássaros que vagueiam, como ninhada dispersa, assim são
as filhas de Moabe junto aos vaus do Arnom. 3 Dá conselhos, executa juízo;
põe a tua sombra como a noite ao pino do meio-dia; esconde os desterrados, e
não traias o fugitivo. 4 Habitem entre vós os desterrados de Moabe; serve-lhes de refúgio
perante a face do destruidor. Quando o homem violento tiver fim, e a destruição
tiver cessado, havendo os opressores desaparecido de sobre a terra, 5 então um trono
será estabelecido em benignidade, e sobre ele no tabernáculo de David se
assentará em verdade um que julgue, e que procure a justiça e se apresse a
praticar a rectidão. (AAC)
A RSV diz cordeiro mas, na realidade, é cordeiro de tributo o que se quer dizer, de acordo com KJV (Bíblia do Companheiro).
O cordeiro de tributo foi baptizado no Jordão, em frente de Jericó. Bullinger diz que quem reina nessa terra é Judá. O cordeiro é enviado como Mesa, rei de Moab, o havia feito (2ª Reis 3:4).
Sela foi identificada como Petra no Monte Seir, perto ao Monte Hor (2ª Reis 14:7).
O texto é usado para indicar que os seguidores do cordeiro moraram com Moab a quem se lhe pede que os proteja frente ao destruidor, que é identificado como Sennacherib. Mas Isaías 14 realmente fala sobre o Portador da Luz ou Lúcifer (Luzeiro) do Exercito caído. O versículo 5 fala de estabelecer o trono no tabernáculo da justiça. Este texto fala da conversão dos Gentios e das filhas de Moab que são como aquelas desterradas do lugar ou abandonadas nos vaus de Arnon. A tarefa aqui era esconder os seguidores do Messias entre os Gentios e ser julgado devido a isto. Este texto forma uma base para a parábola das ovelhas e das cabras em Mateus 25:31-46.
Isaías aborda esse assunto mais adiante no capítulo 53.
Isaías 53:1-12 Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o braço do Senhor? 2 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. 3 Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós. 7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca. 8 Pela opressão e pelo juízo foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo? 9 E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. 10 Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si. 12 Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu. (AAC)
Este homem de dores foi ferido pelas nossas transgressões. Como ovelhas, perdemo-nos e o Senhor pôs sobre ele os pecados de todos nós. Este texto mostra-nos porque é que se passarem algumas coisas da forma que se passaram na noite do juízo do Messias. Ele não abriu a boca. Levaram-no como a um cordeiro para o matadouro e, como uma ovelha frente ao tosquiador permanece mudo, não abriu a boca. Assim, foi levado à prisão e ao juízo, e logo executado de acordo com esta profecia pois a Escritura não pode ser quebrantada (repetido em Actos 8:32-33: Ref. João 1:36).
O termo, disposta com os ímpios a sua sepultura é, na realidade, Nathán como designado, e mantém este sentido onde seja usado. Assim, a tumba foi designada como estar com os pecadores e com os ricos, como o vemos depois da crucificação.
O versículo 5 diz realmente perfurado por nossas ofensas, que é o ponto de impulso da lança no seu lado. Ele foi ferido por nossas iniquidades e por dar-nos a paz caiu sobre ele o castigo. Somos curados pelas suas chagas. Este último versículo repete-se em 1ª Pedro 2:24.
Este tema por dar-nos a paz, caiu sobre ele o castigo é interessante.
Todo o assunto mencionado em Isaías 53:1-9 é tratado pelo Judaísmo rabínico como que seja dum servo desterrado de Israel que é visto pelos babilónios ou seus representantes, havendo conhecido ao servo na sua humilhação e martírio e agora visto em exaltação e dignidade nova, descrevem suas impressões e sentimentos (ref. Soncino citando a Ibn Kaspi).
Esta é realmente a verdadeira explicação, já que o Messias representa o Israel desterrado e Israel é o corpo de Jesus Cristo. Este acto claro está não é entendido pelo Judaísmo rabínico, mesmo quando eles podem ver que o servo foi castigado e sofreu pelas transgressões dos outros. Eles sustêm que o servo sofreu afim de que possa estar bem com eles (ref. Soncino v. 5): que posamos proporcionar bem-estar, tendo sido ele castigado por nossas culpas (Soncino; Rashi, Kimchi). Eles tratam de assinalar que Judá no cativeiro da Babilónia era o Israel, que era o servo de Deus, quando isto se refere obviamente ao servo de Deus num papel expiatório; enquanto que Deus havia castigado a Judá pelas suas transgressões usando aos babilónios como Seu instrumento. Eles não estavam livres de culpa.
Isaías 53:4-6, a interpretação rabínica é como que o reconhecimento de que os sofrimentos do servo não foram devido aos seus pecados. À data reconhece-se abertamente que ele era a vitima que suportava as penas extremas pelas iniquidades respectivas que outros haviam incorrido (ref. Soncino, n 4-6).
Rashi e Kimchi sustentam que o termo nossas enfermidades, que aparece no verso 4, são as enfermidades que deveriam ter sido infligidas a nós e que o termo levou realmente significa que foi designado para suporta-las (ref. Soncino).
Eles entenderam que as pessoas haviam estado errantes como ovelhas e que abandonaram o caminho de Deus, seguindo sua própria religião falsa (Soncino, n.al v.6; e Arbarbanel).
A interpretação que os Gentios do sistema babilónico serão salvos pelo sofrimento do Messias, que é, na realidade, o Israel de Deus, é também o tema geral da Bíblia, e sobretudo do livro de Apocalipse.
O Juízo Do Messias
O Messias foi detido pela conspiração dos sacerdotes e o Sinédrio foi usado neste juízo pois era necessário ter um mínimo de 23 membros presentes para a pena capital.
Jesus foi entregue para juízo frente a Anás para uma audiência preliminar e assim estabelecer uma base suficiente à primeira vista para convocar o Sinédrio. Isto, por se põe, que já estava decidido mas foi necessário para o seu processo judicial, da mesma maneira será usado para o nosso.
João 18:12-14
Então a coorte, e o comandante, e os guardas dos judeus prenderam a
Jesus, e o maniataram. 13 E conduziram-no primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás,
sumo-sacerdote naquele ano. 14 Ora, Caifás era quem aconselhara aos judeus que convinha morrer um
homem pelo povo. (AAC)
Os detalhes do sacerdócio, datas e tempos estão contidos nos estudos O Momento da Crucificação e da Ressueiração [159] e de Golgota: O Lugar da Caveira [217], e nos estudos gerais sobre o período da Páscoa. Esta relação é do sumo-sacerdote e do ajudante do sumo-sacerdote, embora o Judaísmo só tenha começado a funcionar com o termo Nasi em uma época um pouco posterior a esta.
Bullinger é da opinião que Anás tinha sido deposto em 779 A.U.C.., ano em que começou o ministério do Messias. Outros três haviam sido depostos e promovidos antes que Caifás fosse designado por Valério Grato. Bullinger pensa que Anás teria mais experiência na lei para formular uma posição contra o Messias. Esta era na realidade uma audiência preliminar. Schurer crê que Caifás foi designado por Valério Grato (15-26 d.C.) em c. o ano 18 d.C., e reinou de 18-36 d.C.
Ananao, filho de Seti, tinha sido designado por Quirino (6 d.C.) e reinou de 6-15 d.C. Os três sumos-sacerdotes intermédios aos que se refere Bullinger são sem duvida Ismael, filho de Fiabi (c. 15-16 d.C.); Eleaser, filho de Anano (c. 16-17 d.C.) e Simon, filho de Camito (c. 17-18 d.C.), todos designados por Grato (ref. Antiquities of the Jews (Antiguidades dos Judeus), Josefo, Livro XVIII, II. 2; Ref. Schurer, volume II, pps 216, 230). Schurer trata da questão de Nasi e da Ab-beth-din e sustém que isto não sucedeu até mais tarde. Ele crê que o termo Nasi se refere ao chefe de estado até à compilação da Mishnah. Pode ser que o termo não tenha sido aplicado deliberadamente à família de Herodes e foi concedido ao sumo-sacerdote no momento em que a terra foi dividida, pelo registo da Mishnah. Judá e Galileia foram considerados como terras separadas, como já vimos acima.
As actividades em João são sobre a posição capital e os procedimentos do Sinédrio devem ser feitos só segundo a lei. Assim, a função de Anás parece ser como Ab-beth-din ou assistente do presidente do Sinédrio, actuando como o magistrado de acusação.
Um dos discípulos entrou com o Messias no palácio do sumo-sacerdote.
João 18:15-18 Simão Pedro e outro discípulo
seguiam a Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo-sacerdote, e entrou com
Jesus no pátio do sumo-sacerdote, 16 enquanto Pedro ficava da parte de fora, à
porta. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do sumo-sacerdote,
falou à porteira, e levou Pedro para dentro. 17 Então a porteira perguntou a
Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Respondeu ele: Não sou. 18 Ora, estavam ali
os servos e os guardas, que tinham acendido um braseiro e se aguentavam, porque
fazia frio; e também Pedro estava ali em pé no meio deles, aguentando-se. (AAC)
Ele levou Pedro para dentro do palácio e a mulher a cargo da porta, ou porteira, acusou-o de ser um dos discípulos de Cristo (os porteiros femininos eram muito comuns; Ref. 2ª Samuel. 4:6 LXX; Actos 12:13). Então veio a primeira negação de Pedro. O outro discípulo não foi confrontado, mas parece que era conhecido, pois a palavra também foi usada por Pedro que indica que era assim Este discípulo não podia ser João pois ele sempre se chamava a si mesmo como, o discípulo que Jesus amou (João 13:23; 19:26; 21:7,20). O discípulo era provavelmente Nicodemo ou José da Arimateia, ambos membros do Sinédrio (Ref. Bíblia do Companheiro de Bullinger, n. al v. 15).
Os termos no versículo 18 mencionam literalmente como escravos e ajudantes para os servos e oficiais. As legiões e os soldados romanos haviam voltado à fortaleza Antónia deixando ao Messias nas mãos dos judeus.
Em cumprimento de Isaías 53, nós vemos agora o sofrimento e as indignidades que começavam a ser infligidas.
João 18:19-24 Então o sumo-sacerdote
interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. 20 Respondeu-lhe
Jesus: Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei nas sinagogas e
no templo, onde todos os judeus se congregam, e nada falei em oculto. 21 Por que me
perguntas a mim? Pergunta aos que me ouviram o que é que lhes falei; eis que
eles sabem o que eu disse. 22 E, havendo ele dito isso, um dos guardas que ali estavam deu uma
bofetada em Jesus, dizendo: É assim que respondes ao sumo-sacerdote? 23 Respondeu-lhe
Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres? 24 Então Anás o enviou,
maniatado, a Caifás, o sumo-sacerdote. (AAC)
Está escrito que não ofenderás aos deuses nem amaldiçoarás (falar mal) do príncipe do teu povo (Ref. Êxodo 22:28; Ecl.10:20; Actos 23:5; 2ª Pedro 2:10; Judas 8 e também Tiago 4:3 – Grego: Kakos- que significa mau com intenção má) e, portanto, não se deve falar mal do sumo-sacerdote. No entanto, a Cristo aqui impunha-se a acusação de ter quebrado a Lei. Ele refutou o pecado que lhe tinham atribuído, pois ele estava livre de pecado.
A profecia diz que ele não abriu a boca ou que ele estava calado como uma ovelha perante os seus tosquiadores e isto se cumpriu na sua atitude frente a Pilatos. Assim, ele não se defendeu embora ele claramente deu algumas respostas. È isto um conflito? Não, não é. As respostas que ele deu, que de facto negaram as acusações do quebramento da lei, eram eficazes para dar o exemplo no comportamento que se deve ter frente às autoridades. Se ele não tivesse contestado em absoluto então teria sido pior. O exemplo para a história teria sido destruído eficazmente na ordem social entre grupos Cristãos perante o processo judicial. Os evangelhos tiveram que pôr o exemplo segundo a lei bíblica.
Anás tinha feito tudo para preparar a acusação e culpa-lo perante o Sinédrio, e enviou-o ao sumo-sacerdote actual, José Caifás.
Pedro foi provado novamente.
João 18:25-27 E Simão Pedro ainda estava ali,
aquentando-se. Perguntaram-lhe, pois: Não és também tu um dos seus discípulos?
Ele negou, e disse: Não sou. 26 Um dos servos do sumo-sacerdote, parente daquele a quem Pedro
cortara a orelha, disse: Não te vi eu no jardim com ele? 27 Pedro negou outra
vez, e imediatamente o galo cantou. (AAC)
Aqui vê-se que Pedro, provado simplesmente por associação, negou a Cristo, como Cristo lhe tinha anunciado, e logo o galo cantou para assinalar o fim desta prova imediata. Todos nós deveríamos apreender a lição dentro desta observação dos juízos na Igreja e dos nossos irmãos e do apoio, ou não, que damos uns aos outros.
Durante esta época de juízo, vemos que se omitem os detalhes no evangelho de João entre a acção em João 18:27 e a continuação da historia no versículo 28. A história deste intervalo está em Mateus 26:58 até 27:2.
Mateus 26:58-75 E Pedro o seguia de longe até o pátio do sumo-sacerdote; e
entrando, sentou-se entre os guardas, para ver o fim. 59 Ora, os principais
sacerdotes e todo o sinédrio buscavam falso testemunho contra Jesus, para
poderem entregá-lo à morte; 60 e não achavam, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas.
Mas por fim compareceram duas, 61 e disseram: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus, e
reedificá-lo em três dias. 62 Levantou-se então o sumo-sacerdote e perguntou-lhe: Nada respondes?
Que é que estes depõem contra ti? 63 Jesus, porém, guardava silêncio. E o
sumo-sacerdote disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o
Cristo, o Filho do Deus. 64 Respondeu-lhe Jesus: É como disseste; contudo vos digo que vereis
em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens
do céu. 65 Então o sumo-sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou;
para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua
blasfémia. 66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte. 67 Então uns lhe
cuspiram no rosto e lhe deram socos; 68 e outros o esbofetearam, dizendo:
Profetiza-nos, ó Cristo, quem foi que te bateu? 69 Ora, Pedro estava sentado
fora, no pátio; e aproximou-se dele uma criada, que disse: Tu também estavas
com Jesus, o galileu. 70 Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. 71 E saindo ele para
o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também
estava com Jesus, o nazareno. 72 E ele negou outra vez, e com juramento: Não conheço tal homem. 73 E daí a pouco,
aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Certamente tu também és um
deles pois a tua fala te denuncia. 74 Então começou ele a praguejar e a jurar,
dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. 75 E Pedro
lembrou-se do que dissera Jesus: Antes que o galo cante, três vezes me negarás.
E, saindo dali, chorou amargamente. (AAC)
Após o processo e ao final da prova de Pedro, vemos os eventos em Mateus 27:1-2 seguir em João 18:28
Mateus 27:1-2
Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do
povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; 2 e, maniatando-o,
levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador. (AAC)
João mostra-nos que eles não quiseram manchar-se ao ter contacto com os Gentios, pois os Fariseus mesmo assim não permitiram que as suas tradições destruíssem a interpretação da lei.
João 18:28-40 Depois conduziram Jesus da
presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no
pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. 29 Então Pilatos
saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? 30 Responderam-lhe:
Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos. 31 Disse-lhes, então, Pilatos:
Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe os judeus: A nós não
nos é lícito tirar a vida a ninguém. 32 Isso foi para que se cumprisse a palavra que
dissera Jesus, significando de que morte havia de morrer. 33 Pilatos, pois,
tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos
judeus? 34 Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to
disseram de mim? 35 Replicou Pilatos: Porventura sou eu judeu? O teu povo e os principais
sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste? 36 Respondeu Jesus: O meu reino
não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos,
para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui. 37 Perguntou-lhe,
pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu
para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. 38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é
a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não
acho nele crime algum. 39 Tendes, porém, por costume que eu vos solte alguém por ocasião da
páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? 40 Então todos tornaram a
clamar dizendo: Este não, mas Barrabás. Ora, Barrabás era salteador. (AAC)
Esta parte é uma das parábolas mais poderosas da Bíblia. Aqui, de acordo com a Escritura, vemos o Messias como rei a ser julgado pelos pecados do povo e a ser julgado pelo chefe dos Gentios; vê-se aqui que o condenam injustamente para logo ser morto por Judá e o Sinédrio, que actuam sob a ordem dos Fariseus e da classe dirigente. Aqui, eles foram julgados.
Está escrito, “não receberás suborno nem perverterás o juízo”.
Êxodo 23:1-9 Não levantarás falso boato, e não
pactuarás com o ímpio, para seres testemunha injusta. 2 Não seguirás a multidão para
fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para
perverteres a justiça; 3 nem mesmo ao pobre favorecerás na sua demanda. 4 Se encontrares
desgarrado o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, sem falta lho reconduzirás. 5 Se vires deitado
debaixo da sua carga o jumento daquele que te odeia, não passarás adiante;
certamente o ajudarás a levantá-lo. 6 Não perverterás o direito do teu pobre na sua
demanda. 7 Guarda-te de acusares falsamente, e não matarás o inocente e justo;
porque não justificarei o ímpio. 8 Também não aceitarás peita, porque a peita cega os que têm vista, e
perverte as palavras dos justos. 9
Outrossim, não oprimirás o estrangeiro; pois vós
conheceis o coração do estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do
Egipto. (AAC)
O castigo por corromper a justiça era o retiro do direito de juízo e esse foi o castigo do Sinédrio. O direito de juízo foi-lhes retirado e entregou-se à Igreja. Também foi tirado e entregue à nação que mostrou os seus frutos, como Cristo disse depois, e esta nação parece ser Israel à parte de Judá.
Levitico 19:15-16 Não farás injustiça no juízo; não farás acepção da pessoa do
pobre, nem honrarás o poderoso; mas com justiça julgarás o teu próximo. 16 Não andarás como
mexeriqueiro entre o teu povo; nem conspirarás contra o sangue do teu próximo.
Eu sou o Senhor. (AAC)
O juízo deve ser estabelecido baseando-se na justiça.
Deuteronomio 16:18-20 Juízes e oficiais porás
em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, segundo as tuas tribos,
para que julguem o povo com justiça. 19 Não torcerás o juízo; não farás acepção de
pessoas, nem receberás peitas; porque a peita cega os olhos dos sábios, e
perverte a causa dos justos. 20 A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas, e possuas em
herança a terra que o Senhor teu Deus te dá. (AAC)
Era a prerrogativa do Sinédrio e dos sacerdotes julgar ao Messias. No entanto, devia ser um juízo justo ou sucederia o cativeiro.
Deuteronomio 17:8-13 Se alguma causa te for
difícil demais em juízo, entre sangue e sangue, entre demanda e demanda, entre
ferida e ferida, tornando-se motivo de controvérsia nas tuas portas, então te
levantarás e subirás ao lugar que o Senhor teu Deus escolher; 9 virás aos levitas
sacerdotes, e ao juiz que houver nesses dias, e inquirirás; e eles te
anunciarão a sentença do juízo. 10 Depois cumprirás fielmente a sentença que te anunciarem no lugar
que o Senhor escolher; e terás cuidado de fazer conforme tudo o que te
ensinarem. 11 Conforme o teor da lei que te ensinarem, e conforme o juízo que
pronunciarem, farás da palavra que te disserem não te desviarás, nem para a
direita nem para a esquerda. 12 O homem que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote,
que está ali para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz, esse homem morrerá;
assumirá de Israel o mal. 13 E todo o povo, ouvindo isso, temerá e nunca mais se ensoberbecerá. (AAC)
Deus ordenou-lhes debaixo da lei demonstrar sentença de um juízo justo, e não o fizeram assim.
Entregaram o juízo aos Gentios e a Pilatos. Entregaram-no a Pilatos no Pretório, a casa do pretor (Ref. Marcos 15:16) ou a Sala do Juízo que não era o palácio de Herodes, como se vê em Lucas 23:7.
Disseram a Pilatos que se ele não fosse um criminoso, então não o teriam entregado assim (João 18:30). Quando se lhe perguntou se ele era rei, ele deu esta resposta.
Eu
para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.
E todos aqueles que permanecem na verdade, ouvem a minha voz.
Pilatos, que era educado e astuto em
retórica, disse: “O que é a Verdade?”.
Disse isto porque ele todavia não era da verdade. Tem que se ser chamado por
Deus para entender. Pilatos então saiu e foi ter com os judeus e disse: Eu não encontro nenhum delito neste homem.
Estava-se a dar a oportunidade para eles se retratarem do juízo desonesto da boca dos Gentios que eles desprezavam e consideravam impróprios de entrar no seu Templo.
Pilatos deu-lhes a oportunidade para libertarem o Cristo e lhes ofereceu uma alternativa, no entanto, aqui levou-se a cabo a substituição mais importante da história.
Eles gritaram “A esse não! A Barrabás!” que era um ladrão. – Bar Abbas significa filho do pai.
O simbolismo aqui foi que Cristo morreu a fim de que pudéssemos ser libertados como filhos do Pai.
Antes que o processo seguisse o seu curso com a eficácia da qual Roma era famosa, Pilatos tratou de persuadi-los mais uma vez.
João 19:1-7 Nisso, pois, Pilatos tomou a
Jesus, e mandou açoitá-lo. 2 E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a
cabeça, e lhe vestiram um manto de púrpura; 3 e chegando-se a ele, diziam:
Salve, rei dos judeus! e e davam-lhe bofetadas. 4 Então Pilatos saiu outra vez,
e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele
crime algum. 5 Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de
púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis o homem! 6 Quando o viram os principais
sacerdotes e os guardas, clamaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o!
Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele.
7
Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve
morrer, porque se fez Filho de Deus. (AAC)
Eles não lhe fizeram caso e disseram, que ele se chamou a si mesmo o filho de Deus. Pilatos então estava consciente que se tratava de uma disputa religiosa, donde este homem não só era inatacável, mas até que poderia ser um deus. Visto os romanos e gregos, assim como os asiáticos, cressem
que os elohim ou theoi tinham realmente o poder de habitar entre os homens e de aparecerem realmente como homens de descendência divina. Este era a posição pela qual o Sinédrio o havia condenado, como se vê em Mateus 26:65-66 (Ref. Lev.24:16).
Esta blasfémia era supostamente contra o
nome de Deus, ainda assim ele clamava ser o filho de Deus e assim foi afirmado
por Malaquias, como uma declaração verdadeira, Não temos todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus?
Malaquias 2:10 Não temos nós todos um mesmo
Pai? não nos criou um mesmo Deus? por que nos havemos aleivosamente uns para
com outros, profanando o pacto de nossos pais? (AAC)
Cristo defendeu-se antes que a acusação fosse levantada.
João 10:33-38 Responderam-lhe os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfémia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus. 34 Tornou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses? 35 Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), 36 àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Sou Filho de Deus? 37 Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. 38 Mas se as faço, embora não me creiais a mim, crede nas obras; para que entendais e saibais que o Pai está em mim e eu no Pai. (AAC)
Esta acusação foi infundada e foi um produto da ignorância que tinham os judeus da lei e do plano de Deus. Assim mesmo, os eleitos são acusados de posições mal intencionadas por parte do Cristianismo dominante que durante séculos tem elaborado conspirações para os matar, como o fizeram ao Messias antes de o fazerem a nós.
Pilatos tratou de libertá-lo novamente com estas palavras.
João 19:8-11 Ora, Pilatos, quando ouviu esta
palavra, mais atemorizado ficou; 9 e entrando outra vez no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu?
Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Disse-lhe, então, Pilatos: Não me respondes? não sabes que tenho
autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar? 11 Respondeu-lhe
Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado; por
isso aquele que me entregou a ti, maior pecado tem. (AAC)
O poder entregue a Pilatos foi dado por Deus. Assim, todo o governo é permitido por Deus sobre os eleitos. Quem quiser acusar-nos falsamente ou nos entregar ao juízo sob falsas acusações ou juízos injustos é culpado de um pecado maior.
Pilatos tentou libertar o Messias mas os judeus não o escutaram. Se ele estava correcto, então eles seriam condenados pela lei, a qual tinham pervertido.
João 19:12-16 Daí em diante Pilatos procurava
soltá-lo; mas os judeus clamaram: Se soltares a este, não és amigo de César;
todo aquele que se faz rei é contra César. 13 Pilatos, pois, quando ouviu
isto, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado
Pavimento, e em hebraico Gabatá. 14 Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos
judeus: Eis o vosso rei. 15 Mas eles clamaram: Tira-o! Tira-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos:
Hei de crucificar o vosso rei? Responderam, os principais sacerdotes: Não temos
rei, senão César. 16 Então lho entregou para ser crucificado. (AAC)
A passagem da crucificação em João é bem conhecida.
João 19:17-22 Tomaram, pois, a Jesus; e ele, carregando a sua própria cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, 18 onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. 19 E Pilatos escreveu também um título, e o colocou sobre a cruz; e nele estava escrito: JESUS O NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. 20 Muitos dos judeus, pois, leram este título; porque o lugar onde Jesus foi crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego. 21 Diziam então a Pilatos os principais sacerdotes dos judeus: Não escrevas: O rei dos judeus; mas que ele disse: Sou rei dos judeus. 22 Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. (AAC)
Aqui o termo um a cada lado, na realidade é enteuthen kai enteuthen que significa cá e lá. Isto examina-se no artigo A Cruz – Suas Origens e o Seu Significado [039].
Pilatos foi inspirado para escrever este verso não só pelo Espírito Santo, mas também porque ele estava convencido da inocência do Messias e que ele era o melhor ou o mais real desta multidão injusta que procurou através dos sacerdotes matar a um homem justo.
A profecia prossegue cumprindo-se com a sequência da crucificação.
João 19:23-24 Tendo, pois, os soldados crucificado
a Jesus, tomaram as suas vestes, e fizeram delas quatro partes, para cada
soldado uma parte. Tomaram também a túnica; ora a túnica não tinha costura,
sendo toda tecida de alto a baixo. 24 Pelo que disseram uns aos outros: Não a
rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será (para que se
cumprisse a escritura que diz: Repartiram entre si as minhas vestes, e lançaram
sortes). E, de fato, os soldados assim fizeram. (AAC)
Isto ocorreu para cumprir como se diz no Salmo 22:18.
Salmo 22:1-8 Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu
bramido? 2 Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite,
mas não acho sossego. 3 Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel. 4 Em ti confiaram
nossos pais; confiaram, e tu os livraste. 5 A ti clamaram, e foram
salvos; em ti confiaram, e não foram confundidos. 6 Mas eu sou verme, e não
homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo. 7 Todos os que me vêem zombam
de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo: 8 Confiou no Senhor;
que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer. (AAC)
Aqui vemos o que disse Cristo na profecia. No versículo 1, vemos o seu rogo na estaca. Vemos o Salmo 22:8 citado em Mateus 27:43; Marcos 15:29 e Lucas 23:25.
No Salmo 22:18, vemos a profecia que se repartem os seus vestidos à sorte.
No Salmo 22:22, vemos a profecia citada que se menciona em Hebreus 2:12
Salmo 22:22-31 Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação. 23 Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacob, glorificai-o; temei-o todos vós, descendência de Israel. 24 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem dele escondeu o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu. 25 De ti vem o meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem. 26 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Que o vosso coração viva eternamente! 27 Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações. 28 Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações. 29 Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua vida. 30 A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura. 31 Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há de nascer contarão o que ele fez. (AAC)
Observa-se neste Salmo que Deus não escondeu o Seu rosto do Messias e que Ele não o abandonou, como se crê pelo que se diz na citação do Salmo 22:1., senão que Deus o salvou.
Hebreus mostram o motivo deste sacrifício.
Hebreus 2:10-18 Porque convinha que aquele,
para quem são todas as coisas, e por meio de quem tudo existe, em trazendo
muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelos sofrimentos o autor da salvação
deles. 11 Pois tanto o que santifica como os que são santificados, vêm todos
de um só; por esta causa ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12 dizendo:
Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da
congregação. 13 E outra vez: Porei nele a minha confiança. E ainda: Eis-me aqui, e
os filhos que Deus me deu. 14 Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e
sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela
morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo; 15 e livrasse todos
aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão. 16 Pois, na verdade,
não presta auxílio aos anjos, mas sim à descendência de Abraão. 17 Pelo que convinha
que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um
sumo-sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de
fazer propiciação pelos pecados do povo. 18 Porque naquilo que ele
mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. (AAC)
Assim, se permitiu que o cordeiro fosse morto, porque pela sua morte, muitos seriam salvos através da sua crença e fé.
Então porque é que este Cordeiro de Deus teve que se despojar da sua natureza espiritual preexistente e fazer-se homem sem buscar igualdade com Deus, como algo a que se pode agarrar, depois de que ele se humilhou até morrer, inclusive até a uma morte sobre a estaca? (ref. Fil 2:5-8 RSV).
Então, deseja Deus sacrifício, mesmo até do seu próprio filho? Não! Ele não deseja sacrifício.
Oseias 6:4-7
Que te farei, ó Efraim? que te farei, ó Judá? porque o vosso amor é como
a nuvem da manhã, e como o orvalho que cedo passa. 5 Por isso os abati pelos
profetas; pela palavra da minha boca os matei; e os meus juízos a teu respeito
sairão como a luz. 6 Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de
Deus, mais do que os holocaustos. 7 Eles, porém, como Adão, transgrediram o pacto;
nisso eles se portaram aleivosamente contra mim. (AAC)
Também se vê este conceito em 1ª Samuel 15:22., Eclesiastes 5:1 e Miqueias 6:8
Samuel disse que é a obediência o que Deus quer em vez de sacrifício. Esta obediência é necessária para a vida eterna. A desobediência é a transgressão da lei, e a transgressão da lei é pecado, e o salário do pecado é a morte.
Assim, é necessária a reconciliação
para a vida eterna. A fim de se reconciliar, temos que ser obedientes a Deus e
à Sua lei, que procede de Sua natureza (ver os artigos O Governo de
Deus [174] e O Amor e a Estrutura da Lei
[200]).
Esta obediência estendeu-se a Jesus Cristo. Para que a criação seja reconciliada, Cristo teve que desejar entregar a sua vida e converter-se em carne como nós e ser tentado, como nós somos. Deus não quis sacrifício; Ele quis obediência de todos os Seus filhos. Para poder guiar-nos., Cristo teve que mostrar que ele era obediente até à morte. Satanaz não teve tal obediência.
Esta é a razão da morte do Messias. Ele não satisfez uma ideia perversa de Deus. Tão pouco a morte do Messias é uma noção pagã não bíblica proposta em corrupção da Escritura, como reclamam alguns grupos estranhos.
A morte do Messias por seu próprio sacrifício voluntário era vital para a reconciliação da criação com Deus, tanto a criação divina como a terrena. A única maneira de isso se conseguir foi por um dos membros do Exercito Celestial, ao deixar a sua posição e sua vida eterna para converter-se num homem mortal (ver os artigos Sobre a Imortalidade [165] e O Propósito da Criação e do Sacrifício de Cristo ]160]).
Cristo teve que pôr esta era em marcha e depois estar disposto a morrer por ela. Só desta maneira ele seria adequado para a dirigir.
Esta mesma prova se requer aos eleitos e por isso, nós temos sido provados e mortos fora do acampamento de igual forma como ele foi morto fora do acampamento. Já que ansiamos a cidade de Deus e o governo funcional de Jesus Cristo quando da sua volta à terra, como rei conquistador.
Hebreus 13:5-16 Seja a vossa vida isenta de
ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te
deixarei, nem te desampararei. 6 De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é quem me ajuda,
não temerei; que me fará o homem? 7 Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos
falaram a palavra de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira,
imitai-lhes a fé. 8 Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. 9 Não vos deixeis
levar por doutrinas várias e estranhas; porque bom é que o coração se
fortifique com a graça, e não com alimentos, que não trouxeram proveito algum
aos que com eles se preocuparam. 10 Temos um altar, do qual não têm direito de comer os que servem ao
tabernáculo. 11 Porque os corpos dos animais, cujo sangue é trazido para dentro do
santo lugar pelo sumo-sacerdote como oferta pelo pecado, são queimados fora do
arraial. 12 Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue,
sofreu fora da porta. 13 Saiamos pois a ele fora do arraial, levando o seu opróbrio. 14 Porque não temos
aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura. 15 Por ele, pois, ofereçamos
sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o
seu nome. 16 Mas não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir com outros,
porque com tais sacrifícios Deus se agrada. (AAC)
Quando Paulo escreveu, o Templo estava funcionando na sua totalidade. O que está em discussão é o tema do sacrifício e do seu papel com os eleitos e, talvez, dos animais oferecidos.
Recordemo-nos, somos o Templo de Deus e aqueles que servem o tabernáculo com os seus sacrifícios não têm nenhum direito de comer do nosso altar. Ele sofreu fora do acampamento para que o seu sangue pudesse santificar o povo, não para satisfazer qualquer capricho sacrificatório do Pai.
O sistema inteiro de sacrifício foi estabelecido para apontar para os eleitos e o Messias, como os líderes do governo de Deus. A quantidade e a localização ao longo do ano têm um significado específico. Deus não é nenhum sádico que quer que as pessoas sejam mortas. Ele quer a obediência às Suas leis. O resultado da desobediência é a morte, de facto a vida eterna não será conferida a aqueles que desobedecem. Por isso há duas ressurreições (Ref. Apocalipse 20:4-15). Os eleitos recebem a primeira ressurreição e a vida eterna pela sua obediência e fé em Cristo. A fé sem obras está morta (Tiago 2:20-26). Por nossas obras, mostramos a nossa fé (Tiago 2:18) e as nossa obras são a obediência ao Deus vivo, como o Messias o demonstrou afim de ser ele o primeiro fruto e o primogénito dos mortos (Col. 1:18), fazendo-se um filho de Deus no poder através do Espírito Santo por sua ressurreição de entre os mortos (Romanos 1:4).
Podemos ver agora que a crucificação e a morte de Cordeiro eram o ponto de culminação de toda a história e de toda a profecia até aquele momento. Em esse dia, o mundo inteiro e seu destino descansaram sobre os ombros daquele sacrifício livre de pecado. Ele entregou a sua própria vida por nós porque está escrito amarás a teu próximo como a ti mesmo e este é o segundo grande mandamento (Mateus 19:19). Isto foi provado no final pois nada tem maior amor que este, que dá a sua vida pelo a do seu amigo (João 15:13). Já que Deus é amor (1ª João 4:8).
João 19:25-42, mostra a sequência das suas ultimas actividades como homem. Os seus cuidados eram para com a sua mãe. Ela foi colocada ao cuidado da Igreja. Os seus outros irmãos obviamente não estiveram presentes na estaca; só a sua mãe e a tia permaneceram junto ao apóstolo João, a quem cujo cuidado ele a entregou. Deve-se verificar que João parece ter sobrevivido a todos os irmãos de Cristo. Portanto, Cristo entregou a sua mãe ao cuidado de João que haveria de sobreviver aos seus irmãos e cuidaria da sua mãe na velhice.
João 19:25-27 Estavam em pé, junto à cruz de
Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria
Madalena. 26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem
ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. 27 Então disse ao
discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua
casa. (AAC)
Todas as coisas foram levadas a cabo excepto por algumas profecias. Uma dessas profecias dizia que ele seria trespassado.
Zacarias 12:8-14 Naquele dia o Senhor defenderá
os habitantes de Jerusalém, de sorte que o mais fraco dentre eles naquele dia
será como David, e a casa de David será como Deus, como o anjo do Senhor diante
deles. 9 E naquele dia, tratarei de destruir todas as nações que vierem
contra Jerusalém. 10 Mas sobre a casa de David, e sobre os habitantes de Jerusalém,
derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem
trespassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão
amargamente por ele, como se chora pelo primogénito. 11 Naquele dia será grande o
pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom no vale de Megidom. 12 E a terra
pranteará, cada família à parte: a família da casa de David à parte, e suas
mulheres à parte; e a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte;
13 a
família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família de Simei à
parte, e suas mulheres à parte; 14 todas as mais famílias, cade família à parte, e suas mulheres à
parte. (AAC)
João 19:28-37 Depois, sabendo Jesus que todas
as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse:
Tenho sede. 29 Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram, pois, numa cana de
hissopo uma esponja ensopada de vinagre, e lha chegaram à boca. 30 Então Jesus,
depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça,
entregou o espírito. 31 Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não
ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a
Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali. 32 Foram então os
soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele
fora crucificado; 33 mas vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as
pernas; 34 contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu
sangue e água. 35 E é quem viu isso que dá testemunho, e o seu testemunho é
verdadeiro; e sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. 36 Porque isto
aconteceu para que se cumprisse a escritura: Nenhum dos seus ossos será
quebrado. 37 Também há outra escritura que diz: Olharão para aquele que
trespassaram. (AAC)
Assim, ele foi trespassado e entregou o Espírito Santo.
Era a hora nona, ou às 15H00, quando tinha-se que matar os cordeiros. A obscuridade cobriu a terra em essa hora a partir do meio-dia ou desde a hora sexta até à hora nona (Mateus 27:45; e Marcos 15:43).
Mateus 27:39-54 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça 40 e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz. 41 De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: 42 A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele; 43 confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. 44 O mesmo lhe lançaram em rosto também os salteadores que com ele foram crucificados. 45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. 46 Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 47 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias. 48 E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. 49 Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. 50 De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito. 51 E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, 52 os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; 53 e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. 54 ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terramoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus. (AAC)
Este texto dá as sequências do tempo implicadas nos acontecimentos em João e faz alguns comentários. Vemos pelo texto que, quando o Espírito Santo foi cedido e Cristo morreu, o véu do templo foi rasgado em dois. Aqui vemos o verdadeiro objectivo da crucificação demonstrada fisicamente. Até esse momento, só o sumo-sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos e depois só uma vez por ano e unicamente com sangue, o que apontava para Cristo como o Messias e a sua morte em esse mesmo instante. Quando o Messias morreu, abriu o caminho ao Santo dos Santos para nós de modo que possamos estar seguros diante do trono da graça e interceder pelos outros como Cristo intercedeu por nós. Faremos isto até que nós mesmos sejamos vertidos como uma oferta de bebida feita ao Senhor. A ressurreição que sucedeu implicando a todos estes santos foi do mesmo tipo que a de Lazaro, que foi uma ressurreição para a vida física. Eles, como alguns Adventistas reclamam, não subiram ao céu.
Depois de isto, ele foi retirado da estaca e foi sepultado, já que os Dias Santos estavam a ponto de começar.
João 19:38-42
Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, embora
oculto por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de
Jesus; e Pilatos lho permitiu. Então foi e o tirou. 39 E Nicodemos, aquele que
anteriormente viera ter com Jesus de noite, foi também, levando cerca de cem
libras duma mistura de mirra e aloés. 40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus, e o
envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus costumavam
fazer na preparação para a sepultura. 41 No lugar onde Jesus foi crucificado havia um
jardim, e nesse jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda havia sido posto.
42 Ali,
pois, por ser a véspera do sábado dos judeus, e por estar perto aquele
sepulcro, puseram a Jesus. (AAC)
Ele foi o cordeiro e foi colocado na sepultura onde iria permaneceria por três dias e por três noites a partir do inicio do dia 15 de Nisan às 18h00, quarta-feira daquele ano de 30 d.C., e permaneceu ali até à tarde de sábado às 18h00, no final do dia 17 de Nisan, para preparar-se para subir ao céu às 09h00 de domingo pela manhã, como a oferta do Molho Movido.
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