Igrejas Cristãs de Deus

 [159]

 

 

 

O Momento da Crucificação e da Ressurreição [159]

 

(Edicão 3.0 19960413-20040321)

 

 

A Cristandade conformista ensina, a propósito que Jesus de Nazaré, foi protagonista de uma crucificação numa sexta-feira e de uma ressurreição num domingo. Os registos históricos mostram-nos que os apóstolos ou a primeira Igreja do Novo Testamento, não ensinaram esta doutrina. O presente estudo examina as Escrituras, a historia, os elementos do calendário lunar e as evidências que têm resultado de recentes investigações que permitem determinar o momento exacto. Apresenta-se a prova de que o ministério de Cristo durou dois anos e meio e não três anos e meio como às vezes se deduz de certas traduções de Daniel 9. Faz-se também uma análise detalhada dos eventos sobre os seis dias que precederam a Páscoa. Este estudo inclui um trabalho recente que demonstra que o ano da crucificação foi o de 30 d.C.  (era corrente) e não em 31 d.C. ou 33 d.C., como muitos crêem.

 

 

Christian Churches of God

PO Box 369, WODEN ACT 2606, AUSTRALIA

 

Correio electrónico: secretary@ccg.org

 

  

(Direito de propriedade literaria ã 2000 Wade Cox)

Tr. 2006

 

Este documento pode ser copiado livremente e distribuido gratuitamente com a condição expressa de que seja feito na sua  totalidade e sem modificações ou rasuras. Deve-se incluir o nome do editor e a direcção e o aviso de direitos de propriedade literária. As citações breves podem ser incluidas em artigos críticos e revisões sem interferir nos direitos da propriedade literária.

 

Este documento pode-se obter nos sites da Internet:
http://www.logon.org y http://www.ccg.org/


 

 

O Momento da Crucificação e da Ressurreição [159]

 

 


A crucificação e a ressurreição de Cristo são, talvez, os eventos mais importantes e os menos compreendidos na história da humanidade.

 

As tradições associadas à crucificação afirmam que Cristo foi crucificado numa cruz. Isto vem da palavra crux em latim. A origem e o significado da cruz são examinados no estudo (A Cruz – Suas Origens e o Seu Significado [039]). O Companion Bible expõe, no anexo 162, os dois termos traduzidos como cruz no Novo Testamento grego. As palavras são Stauros e xulum. O Companion Bible menciona que a palavra grega stauros se refere a um poste recto, ou estaca, no qual os criminosos eram cravados para serem executados. O termo xulum refere-se a um lenho ou a um pau morto, ou uma viga, usada para aquecer, cozinhar ou outros usos. Difere de dendron, que é usado no caso de uma árvore verde ou viva (como Mateus 21:8; Apoc 7:1,3; 8:7; 9:4 etc.). O apêndice declara que:

 

Tal como esta ultima palavra xulum utiliza-se em vez do termo stauros, que já não se usa, está claro que o sentido de cada uma destas palavras é o mesmo. O termo inglês “cross” é uma tradução do latim crux, mas a palavra grega stauros não significa mais cruz que a palavra inglesa “stick” que significa “muleta”. Homero emprega este vocábulo stauros no sentido de um bastão ou uma viga ordinária ou um pedaço de madeira, e é em este sentido que a palavra é usada na literatura grega clássica, Nunca significou duas peças de madeira cruzadas com algum anglo, senão que sempre é só um pedaço. De onde então vem o emprego do termo xulum relacionado com a maneira em que morreu Cristo e traduzido como arvore em Actos 5:30; 10:39; 13:29; Gal 3:13; 1ª Pedro 2:24. Isto tem-se conservado na antiga palavra inglesa “rood ou rod”. Ver Enciclopédia Britânica., 11º (Camb) ed., Vol.7. P.505.

 

Não existe nada em grego no Novo Testamento que sugira dois pedaços de madeira

 

A letra chi, X, inicial da palavra Cristo [Christos], foi usada na origem para dizer Seu nome; o Xp. Isto foi representado pelos símbolos e inclui o primeiro destes tinham quatro braços iguais. Estas cruzes eram usadas como símbolo do deus sol babilónico e foram vistas pela primeira vez gravadas em uma peça de moeda de Júlio César, 100-44 a.C., e logo uma peça de moeda gravada pelo herdeiro de César (Augusto), 20 a.C.  (ver Apêndice. 162, p. 186).

 

A primeira confusão sobre o tema da crucificação torna-se talvez mais clara. Cristo foi crucificado num stauros ou estaca, não numa cruz. Foi crucificado no 14º dia de Nissan durante o reinado de César Tibério. A identificação do dia da semana dependerá do ano em que ele foi morto e da sequência dos eventos da semana em que está incluída. A Páscoa varia segundo a Lua Nova e não segundo o dia da semana. Existe um certo numero de Escrituras que determinam o momento exacto e um certo numero de profecias que se devem cumprir para que Jesus, ou mais correctamente Jehoshua, seja o Messias.

 

A maneira de determinar o ano da crucificação é começar com as datas conhecidas das Escrituras. A única data certa que temos é a do ministério de João Batista.

 

Lucas 3:1-6  No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, 2 Sendo Anás e Caifás sumos-sacerdotes, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. 3 E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o baptismo de arrependimento para remissão de pecados; 4 Como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. 5 Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro; o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplanarão; 6 e toda a carne verá a salvação de Deus. (AAC)

 

O preâmbulo em Lucas 3:1 dá uma data exacta para o começo do ministério de João Batista. Ao estabelecer seu ministério, a Escritura provê assim os indícios que nos permitem estabelecer com absoluta certeza o começo e a duração do ministério de Jesus Cristo.

 

Tiberius Claudius Caesar Augustus (Tibério César), o sucessor do imperador romano Augusto, nasceu em 42 a.C.  (antes da era corrente) de pais nobres que se divorciaram para que Livia, sua mãe, pudesse desposar Octaviano (Augusto). Augusto tinha-o forçado a divorciar-se de sua mulher para que ele pudesse desposar a Júlia, a filha do imperador, e assim engendrar um herdeiro ao trono. Júlia foi desterrada em 2 a.C. por comportamento escandaloso, a causa da morte de seus filhos de um matrimónio anterior, Tibério devia ser adoptado por Augusto como seu herdeiro em 4 d.C. O Senado outorgou-lhe o poder Tribuciano e a autoridade proconsular. Quando Augusto morreu, o Senado nomeou a Tiberius (Tibério) imperador em 17 de setembro do ano 14 d.C.  (Interpreters Dict. Of the Bible, Abingdon, 1962, Vol. 3, p. 640).

 

Augusto reinou até 19 de agosto do ano 14 d.C. Foi anotado por Schurer (The History of the Jewish People in the Age of Jesus Christ), T & T Clark, 1987, Vol 1, p. 203). Schurer data o reino de Tibério a partir desta data. Existem assim em consequência, duas datas, uma data de entrada em funções e uma data da sua proclamação.

 

O ano sagrado de Israel começa em Nissan, mas o ano civil no Oriente começa aproximadamente em outubro, o Mês dos começos ou Thishri. As Luas Novas de 14 d.C. começaram em Jerusalém numa quinta-feira 13 setembro do ano 14 d.C. às 4h31 e na sexta-feira 12 outubro de 14 d.C. às 19h47 (determinadas segundo H.H. Goldstine New amd Full Moons 1001 A.C. to 1651 d.C. American Philosopphical Society, 1973). Tishri poderia ter começado em 13 outubro, implicando que o decimo quinto ano de Tibério foi em 28 d.C. Segundo o método de cálculo, é impossível que 1 de Tishri esteja a mais de 177 dias do 1º de Nissan sob o sistema de adiamentos, ou talvez menos (até 173) pelos meses observados. Desde o 13 de outubro, 1 Nissan cairia aproximadamente em 26 de abril. È mais de 30 dias para além do equinócio que cai, em datas julianas, em 20-21 de março. Esta data é, em consequência, impossível. Então pode-se deduzir que o 1º de Tishri caiu em 13 de setembro no ano de 14 d.C. O segundo ano de Tibério devia começar em outubro de 14 d.C. visto assumir-se que o decimo quinto ano de Tibério tinha começado em Tishri do ano 27 d.C., se tomarmos em conta a data da sua proclamação.

 

Poncio Pilatos esteve em funções durante 10 anos (Antiguidades de F. Josefo, xviii, 4, 2) de 26 d.C. até 36 d.C. quando foi deposto pouco tempo antes da visita de Vitellio a Jerusalém, pouco depois da Páscoa de 36 d.C. Josefo data a ascensão de Pilatos no 12º ano de Tibério, ou seja o mesmo que dizer em 25-26 d.C.  (Schurer, p. 382, n. 130). Isto apoia-se somente na declaração de Josefo em 27-28 d.C. é assim o 14º ano segundo Josefo. Isto parece contradizer o texto bíblico, salvo se assume que Josefo se baseia na data da sua nomeação pelo Senado enquanto que Lucas se baseia na data da morte de Augusto.

 

No entanto, deve-se examinar outro aspecto sobre este problema também. Os nomes macedónios dos meses foram adoptados na Síria do império seleucida e, a causa da confusão com o calendário juliano, o ano começava em dias diferentes para algumas das cidades grandes. Em Tiro, o ano começava em 18 de novembro, em Gaza e Askalon começava em 29 de agosto (Chronology, (Cronologia) Bickerman) e, mais tarde, os meses julianos foram simplesmente mencionados com nomes macedónios (Ideler I, p. 429 e seg.). Portanto não é seguro se Josefo refere-se ao mês judeu pelo seu nome macedónio, ou se de facto ao mês macedónio/juliano. Este assunto e o calendário judeu utilizado são examinados por Schurer (Idem., Vol. I p. 595-599). Schurer descarta-se das afirmações de que o calendário de Tiro era usado pelos judeus (Idem., p. 595).

 

O ministério de João Batista teria de coincidir também com o mês da proclamação do Jubileu, visto que o ano de 27 d.C. era um ano de Jubileu o qual era proclamado no dia da Expiação em 10 de Tishri. O ministério de João não poderia ter começado antes de Tishri de 27 d.C. porque o décimo quinto ano do reino de Tibério começou, o mais cedo possível, nesse mês, se contarmos a partir da morte de Augusto.

 

No entanto, deve-se mencionar que a organização do calendário no Livro dos Jubileus, se fundamenta no ano de 364 dias, ou seja, de 52 semanas, coloca a Páscoa numa quarta-feira, em cada ano, e o Dia da Expiação numa sexta-feira, e o inicio dos Tabernáculos numa quarta-feira. As autoridades estão de acordo ao afirmarem que a comunidade de Qumran desaprovou o uso do calendário lunar-solar e que adoptaram o uso dum calendário parecido ou idêntico ao usado no do Livro dos Jubileus (Schurer. Idem., p. 600-601). Pode-se assumir então que em Qumran era observado um Páscoa às quartas-feiras, que coincidiu com a comunidade geral só durante alguns anos ao longo deste período.

 

A colocação da Páscoa numa quarta-feira no ano 31 d.C. foi aceite geralmente pelas Igrejas de Deus no século vinte. Fred Coulter, Harmony of the Gospels (Harmonia dos Evangelhos), parece indicar uma quarta-feira em 30 d.C. assim como também em 31 d.C. No entanto, Daniel-Rops, no seu livro Jesus and His Times (Jesus e Seus Tempos), tr. Ruby Millar, Dutton & Co, New York, 1954, localiza a crucificação em 7 de abril de 30 d.C., o que cairia numa sexta-feira (p. 432).

 

Fred Coulter equivocou-se seriamente e apresenta talvez datas inventadas na sua compreensão e em seus argumentos em relação à Páscoa na sua obra The Christian Passover (A Páscoa Cristã), York Publishing Co, CA, 1993. No entanto, parece que Daniel-Rops constrói a sua argumentação pela sexta-feira no desejo de ter uma crucificação numa sexta-feira e a sequência dos eventos conhecidos é reconstituído em consequência disso. O domingo de ramos está inexplicadamente distanciado e os comentários históricos e a comparação entre os itinerários usados por Cristo e a cidade moderna são imaginários. O argumento inteiro está construído ao redor da premissa de que o dia da crucificação foi o de uma sexta-feira em vez de construir uma tabela de eventos que mostrem a sequência das actividades desde a entrada em Betania, ao redor do Sábado precedente. Não oferece nenhuma explicação para o Dia Santo. Além do mais, a Páscoa é determinada a partir da Lua Nova o que, como se verá, torna absolutamente impossível ter havido a crucificação numa sexta-feira no ano de 30 d.C.

 

È importante para a Igreja Ortodoxa o estabelecer uma Páscoa na sexta-feira no ano 30 d.C., pois como veremos que a sequência das Páscoas em João no decimo quinto ano de Tibério indica uma crucificação em 30 d.C., tomando em linha de conta as narrações da Páscoa em João 11:55 e João 12:1. A cronologia da Páscoa em 30 d.C. ou em 31 d.C. tem um grande significado para o Sinal de Jonas. Daniel-Rops compreende intuitivamente este ponto quando declara:

 

Quarenta anos mais tarde, a princípios do mês de Nissan, no ano de 70 d.C., um exército romano invadiu a Cidade Santa. Quatro legiões de auxiliares númidas e sírios, sessenta mil homens equipados com o melhor material, foram conduzidos pelo imperador Tito, o filho de Vespasiano, que tinha sido proclamado imperador depois de um golpe de estado com a ajuda das legiões do Egipto, apenas seis meses antes (Idem., p. 452).

 

Em consequência, se o evangelho de João não se refere a mais que a uma só Páscoa nos capítulos 11 e 12, o que é praticamente certo, e se o começo da narração é na Páscoa de 28 d.C., então a crucificação teve lugar no ano de 30 d.C. A Igreja Ortodoxa fabricou assim uma crucificação na sexta-feira e, de esta maneira, o Sinal de Jonas começa em 30 d.C., e termina no 1º de Nissan de 70 d.C. A posterior destruição do Templo e o encerramento do Templo em Leontópollis, no Egipto, não é mais que uma narração do começo do encerramento. Se isto foi em 31 d.C. o fim do Sinal coincidiria com a cessação do sacrifício. Examinaremos as duas possibilidades.

 

Necessitamos de estabelecer as datas das Luas Novas em Jerusalém para o período que vai de 28 até 33 d.C., para poder determinar quando cai o 1º de Nissan, e de aí a Páscoa, nesses anos. È possível em seguida verificar com certeza quando seja possível a crucificação, se é na quarta-feira ou numa sexta-feira, e se este ponto de vista corresponde ao dos textos bíblicos.

 

O Departamento do Calendário Náutico de Sua Majestade tem previsto as datas das Luas Novas para os anos de 28-33 d.C., baseando-se no trabalho de H.H.Goldstine (Idem.,). A hora das Luas Novas obtém-se por observação na Babilónia (Bagdade); por isso há que subtrair 37 minutos a este tempo para obter a hora civil de Jerusalém. Irregularidades na rotação da Terra levam a pequenas irregularidades na contagem do tempo. O Equinócio produz-se também mais cedo que as datas julianas, ou seja, é dizer, o 20-21 de Março. Pode cair tão cedo como em 20 de março no calendário Gregoriano. As datas e horas podem ser obtidas também pelo Observatório Naval dos Estados Unidos e ajustados à hora de Jerusalém.

 

Os Tempos das Luas Novas são então os seguintes:

 

Segunda-feira, 15 de março do ano 28 d.C. @ 03h38

Terça-feira, 13 de abril do ano 28 d.C. @ 17h21

Sexta-feira, 4 de março do ano 29 d.C. @ 04h13

Sábado, 2 de abril do ano 29 d.C. @ 20h43

Quarta-feira, 22 de março do ano 30 d.C. @ 20h59

Sexta-feira, 21 de abril do ano 30 d.C. @ 12h48

Segunda-feira, 12 de março do ano 31 d.C. @ 01h29

Terça-feira, 10 de abril do ano 31 d.C. @ 14h45

Sábado, 29 de março do ano 32 d.C. @ 23h08

Segunda-feira, 28 de abril do ano 32 d.C. @ 10h09

Quinta-feira, 19 de março do ano 33 d.C. @ 13h41

Sexta-feira, 17 de abril do ano 33 d.C. @ 22h12

 

Destes tempos das Luas Novas, o começo do ano sagrado ou 1º de Nissan caí nas seguintes datas, utilizando as regras normais das Luas Novas que caiam mais perto do equinócio e da Páscoa, o 15 de Abib, que caí depois do equinócio e baseando-se no dia modelo judaico, que vai do crepúsculo ou do Fim do Crepúsculo Náutico da Tarde (End Evening Nautical Twiligt (EENT)) ao crepúsculo do dia seguinte:

 

Segunda-feira, 15 de março de 28 d.C.

Domingo, 3 de abril de 29 d.C.

Quinta-feira, 23 de março de 30 d.C.

Segunda-feira 12 de março de 31 d.C.

Domingo, 30 de março de 32 d.C.

Quinta-feira, 19 de março de 33 d.C.

 

A crucificação haveria ter sido então:

 

Domingo, 28 de março de 28 d.C.

Sábado, 6 de abril de 29 d.C.

Quarta-feira, 5 de abril de 30 d.C.

Domingo, 25 de março de 31 d.C.

Sábado, 12 de abril de 32 d.C.

Quinta-feira , 2 de abril de 33 d.C.

 

É impossível que a crucificação tenha tido lugar numa sexta-feira. A data de 30 d.C. é claramente numa quarta-feira e um domingo em 31 d.C. Em consequência, o ano de 31 d.C. está excluído pelos apoiantes de uma crucificação numa quarta-feira. Como pode ser harmonizado o ano 31 d.C? O raciocínio é feito em que o ano consagrado 31 d.C. começou apenas na quarta-feira, 11 de Abril de 31 d.C. em conformidade com as regras dos adiamentos existentes em esse momento. No entanto estas regras fazem cair a crucificação numa terça-feira, ou seja 24 de abril. Sem mencionar o facto da existência de inúmeros outros problemas associados com esta data. Apoiando-se no antigo sistema de calculo baseado na conjugação que era usado pelos Cristãos Apostólicos e pelos Judeus antes da introdução do calendário de Hillel em 344-358 d.C., o 1º de Nissan não podia ser mais tarde que o 7 de abril, de acordo com o calendário Gregoriano (e mais cedo, de acordo com o calendário juliano).

 

A Lua Nova mais próxima do equinócio e da Páscoa que segue torna possível a data de 7 de abril, de acordo com o calendário Gregoriano. Os adiamentos fizeram com que o 1º Nissan caísse tão tarde como em 8 de Abril (por exemplo em 1997 no calendário judeu), mas isso não é apoiado por nenhuma autoridade bíblica e nenhuma evidência antes de 344 d.C. A Páscoa nunca pode ser mais tarde que o dia 22-23 de abril, sem importar o ano. Sob o sistema Juliano, é mais cedo. Em consequência, o 25 de abril de 31 d.C. parece ser pura ficção.

 

Porque é que esta ficção foi introduzida? A resposta a esta pergunta parece estar nas hipóteses erradas por detrás das especulações teológicas relacionadas com as setenta semanas dos anos que culminam com o Messias. Esta hipótese errada fundamenta-se na má tradução de Daniel 9:25 na KJV.

 

O começo do reinado de Artaxerxes I toma-se como o começo da profecia das sessenta e nove semanas que terminam em 27 d.C., o que é, por sua vez afirmado como o ano do começo do ministério de Cristo. Pretendendo-se em seguida que ele tenha pregado durante 3 anos e meio. E depois, divide-se a semana e afirma-se que outro período é atribuído no final, normalmente às duas testemunhas. Este argumento é completamente inventado e não encontra nenhuma confirmação na Bíblia. H. Hoeh utiliza esta teologia errónea na sua obra The Crucifixion Was Not on Friday (A Crucificação não Aconteceu numa sexta-feira) (Ambassador College Press, 1959, 1961, 1968). Apesar do título ser uma afirmação verdadeira, os argumentos produzidos por Hoeh e os demais, como Coulter, para apoiar esta posição não são justos. O Sinal de Jonas é um assunto muito complexo e é explicado no estudo O Sinal de Jonas e a Historia da Reconstrução do Templo [013].

 

Em consequência, as alternativas são as seguintes: quarta-feira 5 de abril de 30 d.C; domingo 25 de março de 31 d.C; domingo 13 de abril de 32 d.C; quinta feira 2 de Abril 33 d. C. Pode-se agora verificar e determinar o ano da crucificação da Páscoa, baseando-nos nas evidências Bíblicas e nos factos históricos. Sabemos que Cristo começou o seu ministério só depois que João foi encarcerado (Mateus 4:12-17; Marcos 1:14).

 

Mateus 4:12-17 Ora, ouvindo Jesus que João fora entregue, retirou-se para a Galiléia; 13 e, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zabulom e Naftali; 14 para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: 15 A terra de Zabulom e a terra de Naftali, o caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios,16 o povo que estava sentado em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região da sombra da morte, a estes a luz raiou.17 Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei- vos, porque é chegado o reino dos céus. (AAC)

 

Pelo evangelho de João, sabemos que João, não foi encarcerado senão depois da Páscoa, aparentemente a 28 d.C., sendo a primeira que se menciona e a que se seguiu ao começo do ministério de João, tal como se descreveu anteriormente. A Páscoa é mencionada em João 2:13, 23.

 

João Batista baptizava em Enon, perto de Salim. Jesus tinha chegado à Galileia com os seus discípulos quem baptizavam, ainda que ele mesmo não baptizava (Jo 4:2). João ainda não tinha sido preso.

 

João 3:22-24  Depois disto foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judeia, onde se demorou com eles e baptizava. 23 Ora, João também estava baptizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas; e o povo ía e se baptizava. 24 Pois João ainda não fora lançado no cárcere. (AAC)

 

Sabe-se que Jesus estava consciente de que o seu ministério não tinha ainda chegado, visto pelo o que Ele disse à mulher nas bodas de Caná (João 2:4).

 

Ao reconstruir a cronologia dos eventos, pode-se concluir com certo grau de certeza que Cristo foi baptizado por volta de fevereiro, aproximadamente 50 dias antes da Páscoa. Os evangelhos sinópticos não oferecem os testemunhos de todas as Páscoas que nos interessam. No entanto, João é ele que mais as menciona. A primeira Páscoa, que parece ser a de 28 d.C., é mencionada em João 2:13, 23.

 

A seguinte festa é mencionada em João 5:1. Não se pode dizer com certeza de qual festa se trata, mas alguns pensam que se trata da festa de Purim (ver a nota do versículo 1 na Companion Bible). Segundo o testemunho de João, Cristo estava na Samaria no tempo da colheita (e talvez quatro meses antes da Festa dos Tabernáculos), o que é ao redor do Pentecostes de 28 d.C.  (João 4:35).

 

A Páscoa seguinte que seria a de 29 d.C., é mencionada em João 6:4.

 

João 6:1-4  Depois disto partiu Jesus para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2 E seguia-o uma grande multidão, porque via os sinais que operava sobre os enfermos. 3 Subiu, pois, Jesus ao monte e sentou-se ali com seus discípulos. 4 Ora, a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. (AAC)

 

Ele ensinava em Cafarnaúm, depois deste período (João 6:59).

 

Há uma festa mencionada em Lucas 6:1., em onde a frase o segundo Sábado depois do primeiro é traduzida do termo deuteroprotos ou segundo-primeiro Sábado. Tem a ver com o segundo Sábado de uma festa a partir do Yom Tov ou o primeiro Dia Santo. Trata-se, por conseguinte, já que seja um Sábado semanal (ver a nota do Companion Bible) ou do segundo Dia Santo (Friedeich Westburg, Die Biblische Chronologie, p.122 – ver H. Hoeh. The Crucifixion Was Not on Friday, 1968, p. 32). A Companion Bible relaciona este texto com Mateus 12:1, como se referindo a um Sábado semanal. Esta festa é referenciada como uma Páscoa por aqueles que procuram estabelecer uma quarta Páscoa, distinta das Páscoas mencionadas por João, afim de se estabelecer o ano 31 d.C. como o da morte de Cristo.

 

À primeira vista, a festa em Lucas 6:1, parece ser mais a dos Tabernáculos do que a da Páscoa, dado que o grão está maduro. No entanto o termo grão pode relacionar-se com a cevada ou o trigo e assim vincular-se com o período entre os meses de março e junho e, daí à Páscoa ou ao Pentecostes. A LSG e a BDS-IBS traduzem ambas para Lucas 6:1 como campos de trigo e a AAR diz espigas. No entanto a nova RSV traduz como campos de cereais e não de trigo. Se fosse a Páscoa e o Sábado semanal, a Oferta do Molho Movido não tinha sido feito ainda, sendo só feita na manhã depois do Sábado (não o Shabbatown ou Dia Santo). Há que recordar que o 6º dia de Sivan faz parte dos adiamentos estabelecidos sob o sistema de Hillel. Cristo não tinha violado as suas próprias Leis comendo grão antes que a Oferta do Molho Movido tivesse sido apresentado (Lev 23:14).

 

A cevada e o trigo podem ser trilhados. A referência de Lucas 6:1 indica que os discípulos comiam as espigas depois de as terem esfregado nas suas mãos. O grão não necessita desta acção, debulha-se. Em consequência, o dia parece ser o segundo Dia Santo da Páscoa, pelo menos. A outra possibilidade é que se trate do domingo de Pentecostes, o tempo da colheita do trigo. Cristo tinha o direito de espigar. Esta actividade precedeu a nomeação dos doze apóstolos (Lucas 6:13); Era portanto ainda o início do seu ministério. Nesse caso, pareceria que se trata da Páscoa de 28 d.C.  (ou a de 29 d.C. o mais tardar). Estas actividades tiveram lugar na planície do litoral, antes da chegada de Cristo a Cafernaúm.

 

A festa dos Tabernáculos é mencionada em João 7:2. Jesus assistiu em segredo a esta festa, mas depois ensinou no Templo (João 7:10, 14, 37; 8:1-2, 20).

 

A festa da Dedicação ou Hanukkah, é mencionado em João 10:22. Esta festa dura oito dias e começa no vigésimo quinto do mês de Kislev. È também chamada a Festa das Luzes por Judá. Era no Inverno, dois meses depois da Festa dos Tabernáculos. As autoridades judias procuravam-no para o matar, mas Cristo escapou e foi embora para o outro lado do Jordão, onde João o tinha baptizado no começo (João 10:39-42). Não há menção alguma sobre a duração da sua estadia do outro lado do Jordão.

 

Regressou para ressuscitar a Lazaro de entre os mortos e depois partiu novamente para a cidade de Efraim onde permaneceu algum tempo.

 

A Páscoa seguinte é mencionada em João 11:55

 

João 11:55-57  Ora, estava próxima a páscoa dos judeus, e dessa região subiram muitos a Jerusalém, antes da páscoa, para se purificarem. 56 Buscavam, pois, a Jesus e diziam uns aos outros, estando no templo: Que vos parece? Não virá ele à festa? 57 Ora, os principais sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem que, se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse, para que o prendessem. (AAC)

 

Deste texto, passamos para João 12:1, onde é narrada a sua chegada a Betania. Lazaro tinha ressuscitado de entre os mortos e estava sentado à mesa com eles. Jesus tinha deixado os judeus e tinha ido para o outro sector da cidade de Efrain, depois de ter ressuscitado Lazaro, e permaneceu aí com os seus discípulos (João 11:54)

 

Assume-se que a Páscoa de João 11:55 é a mesma de João 12:1 e seguintes, e isso é possível, de acordo com o texto. Há então duas Páscoas mencionadas em Lucas e três em João. Não parece haver uma base para uma quarta Páscoa, a não ser que se possa estabelecer que a festividade mencionada em Lucas 6:1, é uma Páscoa e que é distinta das Páscoas mencionadas por João.

 

O problema real é o seguinte: os quarenta dias de Jonas correspondem aos quarenta anos de Judá a partir do ministério do Messias. O ministério do Messias, segundo uma interpretação literal de João, durou pouco menos de dois anos, com o de João Batista iniciado seis meses mais cedo, o que corresponde à sua diferença de idades (ver Lucas 1). Assim em consequência, os seus ministérios combinados duraram menos de 3 anos, como o de Jonas que foi menos de três dias. Assim, Jonas levou um dia para entrar (o que corresponde ao ministério de João) e profetizou dois dias (o que corresponde ao ministério de dois anos de Cristo). A proporção de um ano por um dia está aqui bem demonstrado. Reconstruindo, chegamos inevitavelmente à conclusão de que a crucificação teve lugar no ano de 30 d.C.

 

De facto apesar de tudo é difícil examinar todas as actividades no transcurso deste período num só estudo, é assim útil por todas as maneiras construir uma tabela destes eventos. Mas há que fazer para poder determinar se as datas correspondem ou não à cronologia Bíblica.

 

A tarefa seguinte consiste em estabelecer a concordância dos eventos durante os últimos dias do período pascal a partir da chegada de Cristo a Betania.

 

A Lei exige a observância dos vários ritos na Páscoa. Os actos de Cristo antes da Páscoa simbolizam as exigências das ordenanças relativas à Festa da Páscoa e dos Pães sem Levedura.

 

As principais exigências as são que:

 

·     O Templo seja purificado a partir do 1º de Nissan;

·     A expiação para os simples seja feita no 7º de Nissan;

·     O sacerdócio tem a responsabilidade de santificar-se;

·     O cordeiro é posto de parte no 10º de Nissan;

·     O recinto provisório seja preparado no 13º de Nissan e ocupando a partir da tarde do 14º de Nissan. A ceia chegigoh ou a ceia da preparação é comida no 14º de Nissan. Era a Ceia do        Senhor. É uma refeição de Páscoa, mas não é a ceia da Páscoa como tal (v. A Páscoa [098]).

·     O cordeiro da Páscoa é sacrificado na tarde de 14º de Nissan. A Páscoa é comida na noite que       começa o 15º de Nissan.

·     Na manhã do dia 15º, as pessoas podem regresar aos seus lares (Deum.16:6). A Festa continua       durante sete dias e o ultimo dia é um Dia Santo.

 

Esta sequência ajuda-nos a compreender o que se passou durante a Páscoa no ano da crucificação.

 

O Período da Festa dos Pães sem Levedura é um lapso de tempo que cobre os dias da preparação, a Páscoa em si mesma e a Festa dos Pães sem Levedura. O primeiro dia da Festa dos Pães sem Levedura é, de facto, o dia da preparação que começa no décimo quarto dia de Nissan. O período examinado em Mateus 26:17 formava parte do período da preparação do decimo terceiro dia de Nissan, antes de ocupar o recinto provisório pelo período de trinta e seis horas, que começa na noite do décimo quarto dia de Nissan e que vai até à manhã do primeiro Dia Santo (Deut.16:6).

 

A primeira actividade que Cristo fez nesta ultima Páscoa foi a da purificação do Templo. Este processo começa com o 1º de Nissan. Tinha purificado o Templo antes, ao início do seu ministério, como se vê em João 2:13-21.

 

De facto, o Messias entrou duas vezes em Jerusalém durante este período e não só uma. A primeira entrada é mencionada em Mateus 21:1-7., foi inesperada e preliminar, a segunda entrada, foi a que era esperada.

 

A sequência é feita para demonstrar que as actividades de Cristo estão de harmonia com, e obedecem, às exigências que Ele tinha entregue a Moisés no Sinai, como sendo o Anjo da Presença e o elohim de Israel, havendo sido ungido nesta posição pelo Deus Altíssimo, que é Yahovah dos Exércitos, Eloah (Deut. 32:8 (LXX; RSV) Salmo 45:6-7; Hebreus 1:8-9).

 

Os Catorze Dias Antes da Páscoa

O sacerdócio prepara-se em conformidade com a Lei. Esse processo é-nos indicado em Ezequiel 45:18-20. O Tabernáculo é purificado no primeiro dia de Nissan. Aqueles que pecam por ignorância ou de propósito são purificados no sétimo dia (Ezequiel 45:18-20). O sacerdócio purifica-se para a Páscoa. Esta purificação foi suspendida por Ezequias porque no sacerdócio esqueceram-se de se purificarem (2ª Crónicas 30:3).

 

Podemos agora examinar os acontecimentos dos seis dias que precedem a Páscoa a partir do 9º dia de Nissan.


 

O Sexto Dia antes da Páscoa:

O 9º Dia de Nissan (desde o pôr do sol de quinta-feira até ao de sexta-feira).

 

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

Cristo aproxima-se de Jerusalém, vindo de Jericó

 

 

19:1-10

 

Cristo passa a noite de quinta-feira na casa de Zaqueo

 

 

19:6

 

Narra-se a parábola das minas (talentos)

 

 

19:11-27

 

Continua para Jerusalém

 

 

19:8

 

Envia dois discípulos para que lhe tragam uma jumenta e um jumentinho (Note-se que são dois animais)              

21:1-7

 

 

 

Entra pela primeira vez em Jerusalém de regresso a Beftagé (e não Betania)

21:8-9

 

 

 

Não o esperam e perguntam. “Quem é este?”

21:10-11

 

 

 

Purifica o Templo de acordo com a Lei

21:12-16

 

 

 

Parte para Betania para passar lá a noite

21:17

 

 

 

 

Observamos que o objectivo da primeira viagem a Jerusalém era purificar o Templo, o que devia ser feito para a cerimónia pascal, na qual Cristo devia ser o cordeiro da Páscoa. As actividades seguintes relacionam-se com o décimo dia de Nissan, que é o dia em que o cordeiro é reservado para o sacrifício da Páscoa, conforme Êxodo 12:3. Isto sucede desde o pôr-do-sol de sexta-feira até ao de Sábado. Cristo consagrou-se a ele mesmo e foi ungido nesse dia de Sábado.

 

O Quinto Dia antes da Páscoa:

O 10º Dia de Nissan (desde o pôr do sol de sexta-feira até ao   de Sábado).

 

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

O Senhor passou a noite em Betania

 

 

 

 

Teve lugar a primeira de 3 ceias, depois do pôr-do-sol de Sábado (provavelmente em casa de Lazaro)

 

 

 

12:2

A primeira de duas unções tem lugar durante esta ceia

. 

 

 

 

12:3-11

 

 

O Quarto Dia antes da Páscoa:

O 11º Dia de Nissan (do pôr do sol de Sábado até ao pôr do sol de domingo).

 

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

Jesus faz a segunda entrada (triunfal) em Jerusalém

 

 

 

 

Cristo envia dois discípulos a buscar um animal, um jumentinho

Sobre o qual nenhum homem se tinha sentado.  

 

11:1-7

19:29-35

12:12

Depois, o Senhor saí de Betania (e não de Betfagé) e reúne-se com as multidões de Jerusalém   

 

11:8-10

19:45-46

12:12-19

Chora sobre a cidade

 

 

19:41-44

 

Entra no Templo e olha em seu redor

 

11:11

 

 

Depois regressa a Betania

 

11:11

 

 

 

 

O Terceiro Dia antes da Páscoa:

O 12º Dia de Nissan (desde o pôr do sol de domingo ao pôr do sol de segunda-feira).

 

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

Cristo regressa a Jerusalém pela manhã

21:8

11:12

 

 

A figueira é amaldiçoada

21:19-22

11:13-14

 

 

Jesus regressa ao Templo e o purifica novamente 

 

11:15-17

19:56-46

 

Ensina no Templo

 

 

19:47

12:20-50

Enfrenta a atitude hostil dos dirigentes

 

11:18

19:47-48

 

Sai da cidade (talvez para Betania; ver Lucas 21:37-38)

 

11:19

 

 

 

 

O Segundo Dia antes da Páscoa:

O 13º Dia de Nissan (desde o pôr do sol de segunda-feira até ao de terça-feira).                                                        

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

Indo para Jerusalém os discípulos fazem a pergunta a propósito sobre a figueira

 

11:20-26

 

 

Cristo está de novo em Jerusalém e no Templo 

21:23-27

11:27-33

20:1-8

 

Cristo ensina fazendo perguntas e contando parábolas

21:28-23:39

12:1-44

29:9-21:4

 

Faz a primeira grande profecia sobre o Templo 

 

 

21:5-36

 

Afirmação sobre os hábitos do Senhor durante esta ultima semana    

 

 

21:37-38

 

A segunda grande profecia no Monte das Oliveiras 

24:1-51

13:1-37

 

 

Continuação da segunda grande profecia 

25:1-46

 

 

 

 


Este ponto parece continuar com o diálogo, mas é provavelmente uma regressão para os eventos da tarde precedente onde os eventos ocorrem na casa de Simão, o leproso. A declaração que a Páscoa é dentro de dois dias é o indicador do tempo. Esta história acontece em actividades simultâneas, que foram iniciadas pelas as da casa de Simão. Judas Iscariote atraiçoou Cristo durante as actividades desse dia. Os outros discípulos foram enviados à tarde para preparar o recinto provisório. Se a historia é contínua, então a refeição na casa de Simão podia ser o almoço e as actividades fluíram a partir desse evento. A cronologia ajustada e o comentário indicam que a historia pode ter retrocedida à tarde precedente.

 

A narração de Marcos parece continuar descrevendo os actos desse dia. Tudo indica que varias actividades foram empreendidas para esse dia da preparação e que a refeição na casa de Simão era a refeição do meio-dia do 13 de Nissan, o mais tardar. O apêndice relativo Às Três Refeições, na Companion Bible (Apêndice 157, p. 182), depende do retorno da narração na noite precedente de onde está confinada para as refeições, duas na noite e uma ao meio-dia. Em todos os casos, Cristo e os discípulos ocuparam o recinto provisório par a ultima ceia, no décimo quarto dia de Nissan.

 


 

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

A afirmação “ A Páscoa é em dois dias”

26:1-5

14:1-2

 

 

Regresso a Betania e encontra-se na casa do leproso Simão. Tem lugar a segunda unção.   

26:6-13

14:3-9

 

 

Judas Iscariote projecta entregar Cristo 

26:14-16

14:10-11

22:1-6

 

A preparação para a última ceia

26:17-19

14:12-16

22:7-13

 

 

Os discípulos preparam-se aqui para tomar a Ceia do Senhor num recinto provisório.

 

Deuteronomio 16:5-7 Não poderás sacrificar a páscoa em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, 6 mas no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome; ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr-do-sol, ao tempo determinado da tua saída do Egipto. 7 Então a cozerás, e comerás no  lugar que o Senhor teu Deus escolher; depois, pela manhã, voltarás e irás às tuas tendas. (AAC)

 

Assim chegamos ao final do décimo terceiro dia de Nissan.

 

O Dia que precede a Páscoa:

O dia da preparação do 14º de Nissan e da Crucificação no 14 de Nissan (desde o pôr de sol de terça-feira até ao pôr-de-sol de quarta-feira).

 

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

“ È Chegada a noite” para realizar o complot contra Cristo

26:20

14:17

 

 

A Ceia do Senhor começa com o Lava-pés

 

 

 

13:1-20

O anuncio da traição 

26:21-25

14:18-21

 

13:21-30

Come-se a Ceia e a Nova Aliança de Jeremias 31:31 é anunciada. O pão e o vinho são instituídos    

26.26-29

14:22-25

22:14-23

 

Pronuncia-se a 1ª profecia da negação de Pedro 

 

 

 

13:31-38

A disputa para saber quem será o maior

 

 

22:24-30

 

Diz-se a segunda profecia da negação de Pedro

 

 

22:31-34

 

Ultima chamado à comissão da Igreja (Lucas 9:3)  

 

 

22:35-38

 

A oração de Cristo

 

 

 

14:1-17:26

Jesus no Getsemani com os seus discípulos

26:30-35

14:26-29

22:39

18:1

Diz-se a terceira profecia sobre a negação de Pedro

 

14:30-31

 

 

A agonia no jardim

26:36-46

14:32-42

22:40-46

 

A apreensão do Senhor 

26:47-56

14:43-50

22:47-54

18:2-11

A fuga de Lazaro (ver a nota da Marcos 14:51-52, na Companion Bible). 

 

14:51-52

 

 

O processo de Cristo durante toda a tarde de terça-feira

26:57-27:31

14:53-15:19

22:54-23:25

18:12-19:13

À meia-noite de terça-feira, à 6ªhora, Pilatos disse: “Contemplem o vosso Rei”

 

 

 

19:14-15

Levam Cristo para o crucificar   

27:31-34

15:20-23

23:26-31

19:16-17

Dois criminosos são levados juntos com ele (kakourgoi)

 

 

23:32-33

19:18

A discussão com Pilatos a respeito da inscrição

 

 

 

19:19-22

A divisão das roupas de Cristo 

27:35-37

15:24

23:34

 

È crucificado à terceira hora (09h00 de quarta-feira)

 

15:25-26

 

 

Logo os bandidos são crucificados juntos com ele  

27:38

15:27-28

 

 

Os insultos dos dirigentes, dos dois bandidos e de um

malfeitor            

27:39-44

15:29-32

23:35-43

 

Jesus confia a sua mãe a João 

 

 

 

19:25-.27

As trevas envolvem a terra na 6ªhora (meio dia)   

27:45-49

15:33

23:44-45

 

Cristo lança o seu último grito e morre à 9ªhora (15h00)

27:50

15:34-37

23:46

19:28-30

Os actos e os eventos que sucedem mais tarde

27:51-56

15:38-41

23:47-49

19:31-37

Cristo é enterrado com pressa antes de se pôr o sol de quarta-feira, mais ou menos pelas 18h00, antes que o Primeiro Dia Santo comece (ao crepúsculo).                     

27:57-66

15:42-47

23:50-56

19:38-42

 

(Ver também Encyclopaedia of Religious Knoweledge de Schaff-Herzog. Art. Fasting a propósito da crucificação ser a uma quarta-feira).


 

Depois, Cristo está no sepulcro durante três dias e três noites com o fim de cumprir o Sinal de Jonas (Mateus 12:39-41).

 

O Primeiro dia era um Dia Santo (Yom Tov), o decimo quinto dia de Nissan, do pôr-do-sol ao pôr-do-sol.

 

O Segundo dia, desde o pôr-do-sol de quinta-feira ao pôr-do-sol de sexta-feira, não era um Dia Santo; é por isso que Maria e os outros puderam procurar especiarias para embalsamar o corpo de Cristo (Marcos 16:1). Depois, elas foram ao sepulcro no domingo antes da alva para embalsama-lo (Marcos 16:2).

 

O Terceiro dia foi do pôr-do-sol de sexta-feira do pôr-do-sol sábado, que era um sábado semanal.

 

Era o fim da terceira noite e do terceiro dia no sepulcro. Isto tinha sido profetizado em Mateus 12:40 e aplica-se a Mateus 27:63 e a Marcos 8:31. Cristo ressuscitou de entre os mortos na noite do quarto dia, ou seja no início do décimo oitavo dia de Nissan. Esteve em estado de ressuscitado toda a noite, acompanhado por anjos até de manhã. Maria de Magdala falou-lhe quando ela foi ao sepulcro no domingo pela manhã antes da alva. Em outros termos enquanto que ainda era a noite precedente, de acordo com a maneira judaica.


 

Acontecimento

Mateus

Marcos

Lucas

João

A Ressurreição

28:1-10

16:1-18

24:1-49

20:1-23


 

Mateus 28:1-10 No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2 E eis que houvera um grande terramoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela, 3 o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve. 4 E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos. 5 Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. 6 Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia; 7 e ide depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que vo-lo tenho dito. 8 E, partindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos. 9 E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram. 10 Então lhes disse Jesus: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão.       (AAC)

 

Mateus 28:1 traduz-se: Passado o sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, foram Maria Magdalena e a outra Maria ao sepulcro. – Este texto é enganoso. Green traduz este texto do grego: Depois dos Sábados, a alva do primeiro dos Sábados. O plural Sábados é empregue em ambos os casos. O sentido torna-se mais claro quando examinamos o plural como significando o Sábado completo ou do da semana de sete dias. Não há nenhuma contradição entre Mateus, Marcos e João. Têm-se que os ler juntos. Seria mais correcto ler: Ao final da semana, a alva do primeiro dia da semana. Este texto de Mateus 28:1 mostra que Cristo ressuscitou de entre os mortos antes da alva. Em consequência, não ressuscitou no domingo. Segundo Mateus, é o anjo quem desloca a pedra. Cristo já havia ressuscitado. Maria viu que ele já não se encontrava ali. Depois, ela partiu à procura dos discípulos e regressou à alva. Mateus diz que as mulheres se prostraram perante ele e que elas tomaram seus pés. João indica que Ele não desejava que lhe tocassem.

 

João 20:1-17 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. 2 Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3 Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4 Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; 5 e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. 6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, 7 e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. 9 Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos. 10 Tornaram, pois, os discípulos para casa. 11 Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava, abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro, 12 e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13 E perguntaram-lhe eles: Mulher, por que choras? Respondeu- -lhes: Porque tiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14 Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus. 15 Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dizei-me onde o puseste, e eu o levarei. 16 Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! - que quer dizer, Mestre. 17 Disse-lhe Jesus: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e dizei-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. (AAC)

 

As mulheres tiveram permissão de tocar em Cristo no primeiro caso porque ele estava todavia impuro, quando ele foi ressuscitado e ele permaneceu assim até ao fim do Sábado. Ao amanhecer no primeiro dia da semana (domingo), não o poderiam tocar outra vez até depois de que ele tivesse ascendido até ao Seu Pai como a Oferta do Molho Movido e tivesse regressado outra vez.

 

A reconciliação destes textos é difícil. A compreensão da ressurreição tinha sido dada às mulheres, mas no entanto, não parece ter sido transmitida aos apóstolos. As duas mulheres estavam presentes, mas João menciona só a Maria, provavelmente porque é Maria quem tentou tocar-lhe e que foi impedida. A informação foi transmitida aos apóstolos, mas não entenderam as Escrituras que estavam sendo cumpridas. Coisas diferentes são recalcadas em cada texto. O que é certo e uniforme, é que Cristo ressuscitou bastante antes da alva.

 

A aparição de Cristo no caminho de Emaús teve lugar três dias depois da crucificação e da sepultura (Lucas 24:21). Isto só se pode reconciliar contando a partir de quinta-feira como o 1º dia em termos de dia completo. Está traduzido para incluir o domingo como sendo o terceiro dia e assim como iniciando na quinta-feira. Marcos 16:12 não mencionam nenhum tempo. O texto em grego diz terceiro este dia leva, o que significa que três dias completos tinham passado – este dia sendo outro dia (ver o texto principal de Marshall na RSV).

 

É fisicamente impossível para Cristo realizar o Sinal de Jonas e as profecias Messiânicas se tivesse sido crucificado numa sexta-feira e ressuscitado num domingo. Não poderia ter sido posto no sepulcro antes do final de sexta-feira, e assim só poderia ter-se passado duas noites (uma incompleta) e um dia na sepultura. A exigência era que passasse três dias e três noites completas na terra. Isto só poderia ter acontecido com uma crucificação numa quarta-feira. De acordo com as datas, isto não poderia ter isto sucedido senão no ano 30 d.C. 31 d.C. tem uma crucificação no domingo, 32 d.C. exige um dia de preparação e uma crucificação no sábado e, por conseguinte, uma crucificação no domingo (adiada do Sábado). Só no ano de 33 d.C. é que tem um dia de preparação e uma crucificação na quinta-feira (adiada de quarta-feira). No entanto o ano de 33 d.C. é demasiado tarde para concordar com os evangelhos e está em completo desacordo com a sequência dos acontecimentos nos evangelhos. Só o ano de 30 d.C. é que concorda com todos os aspectos. Concluímos então que a crucificação teve lugar na quarta-feira 5 de abril do ano 30 d.C.

 

Cristo ascendeu para seu Pai e nosso Pai, para seu Deus e nosso Deus (João 20:17) à hora da Oferta do Molho Movido (Lev. 23:11), como o primeiro fruto de Israel, que de facto é o que ele era. Foi o primogénito de entre os mortos. Converteu-se em um Filho de Deus com poder, pelo Espírito Santo, através da sua ressurreição de entre os mortos (Romanos 1:4). A Oferta do Molho Movido devia ser agitado na manhã depois do Sábado semanal e não no Dia Santo ou Shabbathown (ver o estudo A Oferta do Molho Movido [106b]). As actividades precedentes e subsequentes da crucificação e da ressurreição e dos seus tempos profetizados, ligam-nos a um período que não pode ser desprezado e expõem a sequência das Páscoas Floridas ou Semana Santa como uma ficção de idolatria pagã.

 

Cristo foi crucificado numa quarta-feira e ressuscitou no sábado pela tarde ao crepúsculo. A narração da Bíblia não se pode sustentar de outra maneira, para se acomodar e cumprir com todas as profecias e com os textos.

 

 

q